A Polícia Federal (PF) fez na terça-feira, dia 5 de setembro, a maior apreensão de dinheiro vivo da história: 51 milhões de reais. O dinheiro estava em malas e caixas de papelão em um apartamento em Salvador (BA). A polícia, que levou mais de catorze horas para fazer a contagem, em sete máquinas, contabilizou R$ 42,6 milhões em notas de R$ 100,00 e R$ 50,00 e US$ 2,6 milhões. O montante de dinheiro encheu ao menos dois porta-malas de caminhonetes usadas no cumprimento do mandado judicial.

A operação, batizada de Tesouro Perdido, foi deflagrada na manhã do dia 5 e é decorrente da operação Cui Bono, que apura a utilização ilegal de recursos da Caixa Econômica Federal pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, junto com Eduardo Cunha e o doleiro Lúcio Funaro.

A PF recebeu um telefonema no dia 14 de julho, informando que o ex-ministro da Secretaria de Governo e um dos principais assessores de Michel Temer (PMDB), Geddel Vieira Lima escondia “provas ilícitas” relacionadas às investigações de que é alvo em caixas de documentos em um apartamento que não lhe pertencia. O local onde foi encontrado o dinheiro é de propriedade de Silvio Silveira, e havia sido cedido para Geddel para que o ex-ministro guardasse os pertences de seu pai já falecido.

Geddel havia sido preso no dia 3 de julho, acusado de ter recebido 20 milhões de reais em propinas em troca de aprovação de empréstimos da Caixa Econômica Federal e liberação de créditos do FI-FGTS, durante o período de 2011 a 2013, quando foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da instituição. Em agosto, se tornou réu por obstrução de Justiça, monitorando e fazendo constantes ligações à esposa de Funaro, para pressionar o casal a não colaborar com as investigações e evitar a delação do doleiro Lucio Funaro referentes às operações Cui Bono.

Geddel Vieira Lima conseguiu habeas corpus e desde 12 de julho cumpre prisão domiciliar sem tornozeleira eletrônica. Até o momento a defesa do ex-ministro não se pronunciou. Os valores recuperados serão depositados em conta judicial.

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