A atualização dos dados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil mostra que o indicador parou de crescer em 2015. O aumento do índice está associado à melhora de condições sociais e econômicas, conforme analisamos a seguir.

O ano de 2015, segundo os dados, é um ponto de inflexão: de 2011 a 2015, o Brasil desacelerou o crescimento do índice, o que leva a um crescimento médio anual de 0,8% do Índice nesse período contra 1,7% de 2000 a 2010. Mas 2015 é um marco, pois, segundo os dados, neste ano houve queda observada na dimensão Renda.

O IDHM leva em consideração três dimensões, que variaram da seguinte forma entre 2011 e 2015:

  • Longevidade – Embora esse indicador tenha continuado a crescer e a esperança de vida tenha passado de 74,2 anos para 75,4 anos, a taxa média de crescimento anual foi menor (0,5%) do que no período 2000-2010.

  • Educação – O subíndice de Escolaridade e Frequência Escolar apresentou taxa média de crescimento anual de 0,8%, inferior ao período 2000-2010, que foi de 3,3%.

  • Renda – Cresceu 2,9% ao ano entre 2000 e 2010 e 1,7% ao ano entre 2011 e 2015. Neste período, houve uma redução no percentual de pessoas vulneráveis à pobreza da ordem de 4,8%, maior do que a observada entre 2000 e 2010, que chegou a 3,9%.

A evolução das dimensões está sintetizada na tabela abaixo. Nota-se a evidente queda dos valores da renda de 2014 a 2015, resultado da adoção da austeridade fiscal a partir de 2015, que joga o país em uma crise sem precedentes na história brasileira e que, dois anos depois, ainda se faz presente.

Mais detalhes sobre a evolução da renda no Brasil até 2015 podem ser obtidas no gráfico abaixo. Novamente nota-se uma visível queda na renda per capita de 2014 para 2015, bem como um crescimento da porcentagem de vulneráveis na população brasileira, definidos como pessoas com renda domiciliar per capita inferior a meio salário mínimo.

Os dados estão disponíveis na plataforma do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com a Fundação João Pinheiro e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

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