O PIB brasileiro oscilou 0,2% no segundo trimestre quando comparado com o trimestre imediatamente anterior, sustentado pelo crescimento do consumo das famílias (+1,4%), em queda há nove trimestres consecutivos, e pela expansão das vendas externas (+0,5%), simultaneamente à queda das importações (-3,5%).

Mas ao contrário do que pode sugerir à primeira vista, em realidade os números divulgados pelo IBGE (veja aqui) revelam um quadro bastante preocupante que aponta para elevada contração do principal componente da demanda agregada: os investimentos (FBCF) caíram 0,7% no trimestre, fazendo a taxa de investimento declinar para o menor patamar desde o ano 2000 (15,5%).

Outra constatação nada alentadora e que em grande medida explica a baixíssima taxa de investimento é o desempenho da produção industrial, que registrou queda tanto na comparação com o primeiro trimestre de 2017 (-0,5%) quanto naquela que considera o mesmo trimestre de 2016 (-2,1%). Ainda pela ótica da oferta, na passagem do primeiro para o segundo trimestre do ano, nem mesmo a agricultura ajudou (0,0%) e apenas o setor de serviços, com crescimento de 0,6% foi capaz de garantir um mínimo impulso à economia.

No cômputo geral, portanto, o que se deve ter em mente é que a economia brasileira não apenas permanece estagnada, “sobrevivendo por aparelhos” – notadamente a injeção de recursos do FGTS e a demanda externa favorável –, mas que persistem algumas indicações qualitativas muito preocupantes, visto que os componentes cruciais da economia (a indústria, pela ótica da oferta, e o investimento, pela ótica da despesa) seguem em trajetória cadente.

 

 

 

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