“Eu tenho muita energia para brigar por esse país”, diz Lula
Mossoró, no Rio Grande do Norte, é uma cidade com um passado de resistência. Se orgulha de ter tido a primeira mulher a votar no Brasil. Acabou com a escravidão cinco anos antes da Lei Áurea. E foi lá que o ex-presidente Lula reafirmou seu compromisso em lutar por uma vida mais digna para o povo brasileiro.
“Aos 71 anos, eu tenho muita energia para brigar por esse país”, disse ele. “Eu vou lutar até o último dia da minha vida para provar que o povo desse país pode ser feliz”, disse ele a uma multidão reunida ao lado da Estação das Artes. Lula esteve na cidade como parte do trajeto Lula Pelo Brasil.
“Essa, que foi a terra em que a mulher conquistou o primeiro voto, não pode permitir que esse país seja vendido”, disse ele ao povo mossoroense.
Lula voltou a denunciar o desmonte promovido pelo governo golpista com a venda do patrimônio nacional. “Eles estão vendendo as indústrias estratégicas. As maiores reservas do mundo para os estrangeiros explorarem”, afirmou.
Lula criticou também o clima de intolerância que vigora no país. “As pessoas não querem guerra, querem paz. A urna não é lugar para depositar ódio. É um lugar de depositar esperança. É lugar de depositar futuro”, disse.
Uma nação, para Lula, tem a ver com a qualidade de vida do seu povo, da qualidade da educação, do emprego, dos salários, da saúde. “Só tem nação se o povo estiver vivendo bem, dignamente”, disse. “É isso que eles estão entregando aos americanos, aos europeus, aos chineses. Essa gente não sabe governar um país.”
Lula voltou a destacar as conquistas do seu governo e que o povo brasileiro não tem memória curta. “O povo sabe o que foi criar 22 milhões de empregos neste país. O que foi criar o Bolsa Família. O crédito consignado. O PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). O povo sabe que nós desapropriamos 52% de toda terra desapropriada neste país”, disse.
“Nós fizemos as pessoas subirem um degrau na escala social. E eles sabem que é que pode fazer muito mais. Quem é que pode recuperar a autoestima do país”, disse.
Ufersa
Lula lembrou da criação da Ufersa (Universidade Federal Rural do Semi-Árido). Em visita anterior à cidade, Lula soube da revindicação de transformar a Esan (Escola Escola Superior de Agricultura de Mossoró) em Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). Lula assumiu o compromisso e criou a Universidade em 2005.
A instituição, que tinha apenas 400, passou a ter 10 mil matrículas, com a expansão para várias cidades do oeste e alto oeste do estado. “Os nossos adversários diziam que vim inaugurar um muro. Eu vim aqui para fazer uma fábrica, não de produtos de peças de automóveis, mas uma fábrica de inteligência de conhecimento”, disse ele.
“Eu vim aqui derrubar o muro da vergonha para construir uma unidade e mais que dobrar o número de alunos aqui no estado”, disse.
“Eu tenho consciência do significado das coisas que fizemos neste país para os jovens, para as mulheres, pequenos produtores rurais”, afirmou.
A senadora Fátima Bezerra (PT-RN), também presente no ato, lembrou que muitos presidentes prometeram transformar a Esan en Universidade, mas foi Lula quem realizou o sonho de Mossoró.
“Mossoró realizou o sonho”, diz. “Eu lembro quanto a juventude de Mossoró sonhava em transformar essa escola em universidade. Eu lembro quantos presidentes prometeram transformar a Esan em Universidade. Mas sabe quem fez? Foi você, o operário, o metalúrgico, a quem foi negado o direito da educação”,afirmou ela.
A senadora voltou a destacar a importância do governo de Lula para a educação no estado. “Nós fizemos uma verdadeira revolução na educação nestes 13 anos”, disse. Ela citou o Fundeb, que possibilitou programas como o Caminhos da Escola que forneceu ônibus para o transporte escolar de alunos da área rural.
“Nos criamos o Pronatec, o Prouni, o Fies. 19 escolas técnicas nós trouxemos para o Rio Grande do Norte”, diz. A senadora voltou a alertar para a destruição que ocorre hoje, com o governo golpista. Para ela, todas essas conquistas estão ameaçadas. “stamos vendo um verdadeiro processo de destruição”, disse.
Por Mariana Zoccoli, enviada especial ao Nordeste com a caravana Lula pelo Brasil, para a Agência PT de Notícias
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