Na última sexta-feira, 11 de agosto, foi realizada em Charlottesville, nos Estados Unidos, a marcha “Unir a Direita”, com pessoas da ultra-direita que agora se autodenominam de “Alt-right” (Direita Alternativa), embora sejam os mesmos grupos fascistas de sempre. Ocorreu embate com ativistas anti-fascistas e com a polícia. O governador da Virgínia declarou estado de emergência.

A saída desses ideais racistas e xenófobos do “armário” tem um motivo claro: a chegada de Donald Trump à presidência. A marcha contou com a exibição de repugnantes símbolos, como as bandeiras vermelhas que carregavam a suástica nazista em preto, saudações com o braço estendido e tochas e capuzes brancos que remetiam ao Ku Klux Klan (KKK). Vale lembrar que o KKK foi um grupo formado nos EUA no século XIX por soldados que lutaram pelo Sul escravista durante a Guerra de Secessão. Este promovia perseguições e assassinatos de negros que, em alguns estados do Sul, perduraram até os anos 1960.

No sábado aconteceu uma contraofensiva, a manifestação anti-fascista e, infelizmente, um jovem que se identificava com a ultra-direita avançou com o carro contra os manifestantes – matou uma mulher e feriu dezenove pessoas. Foi a materialização do sentimento de ódio que os neonazistas empregaram em palavras, cartazes e bandeiras.

É sintomático que a marcha tenha ocorrido após a eleição de Trump. A direita nacionalista, xenófoba e racista ganhou poder após um de seus simpatizantes chegar ao comando da nação mais poderosa do mundo. Trump com certeza fez os neonazistas comemorarem ao propor medidas como a construção do muro entre EUA e México e a proibição de transgêneros nas Forças Armadas.

Somente dois dias depois do ocorrido no sábado, Trump se manifestou dizendo que que os “supremacistas são repugnantes”, mas no dia seguinte condenou os dois lados.

Também devemos pensar no que a marcha representa em termos internacionais. Ver supremacistas brancos se revelando com força nos EUA pode dar voz para os que defendem essas ideias em outros países, robustecendo a ultra-direita. Aqui mesmo, no Brasil, temos Jair Bolsonaro, um expoente que é cotado para as próximas eleições presidenciais. Ironicamente, para os neonazistas do norte, os brancos à la Bolsonaro não passam de latinos.

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