A história não contada dos Estados Unidos
Este livro é um “catatau” de pouco mais de mil páginas de autoria de Oliver Stone e Peter Kuznick, publicado em português pela Faro Editorial em 2015. Oliver Stone, o conhecido cineasta, também gravou uma versão narrada em inglês de aproximadamente dez horas.
O conteúdo é uma versão real, que não se encontra nos livros escolares, do último século da história dos Estados Unidos. Esta inicia-se no período do chamado “Big Stick” no final do século 19 e início do século 20 e prossegue até o mandato presidencial de Barack Obama em um total de catorze capítulos que lidam com as Primeira e Segunda guerras mundiais, o “New Deal”, a guerra fria e o fim dela, bem como com alguns mandatos presidenciais, entre outros, o de Richard Nixon assessorado na política externa por Henry Kissinger, dois personagens chamados de “o louco e o psicopata” pelos autores. Como podemos ver por esta última classificação, o mérito do livro é contar a história como ela foi.
Por exemplo, o presidente Woodrow Wilson (1913 a 1921) ficou conhecido como um liberal idealista e autor dos “Catorze Pontos”, uma proposta que apresentou como base para as negociações de paz com a Alemanha, em Versalhes, em 1919. A entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial ao lado da Inglaterra e França foi decisiva para a derrota da Alemanha e seus aliados e o presidente Wilson pensava em ser o grande líder da nova era que surgiria com o fim da guerra. No entanto, ele tinha sido reeleito em 1916 com a promessa de manter os Estados Unidos fora dela. Declarou-a contra a vontade do povo. Seus aliados europeus não apoiaram os catorze pontos e mesmo em casa não conseguiu que seu país aderisse a um deles de maior destaque que foi a criação da Liga das Nações. Outro ponto defendia a descolonização, mas os Estados Unidos mantiveram seu intervencionismo na América Central e Caribe ainda durante o governo Wilson. Ou seja, uma realidade muito diferente da história oficial e que vale a pena verificar também nos demais capítulos, mesmo no que trata do “New Deal” de Roosevelt, normalmente apresentado de forma mais benevolente.