No dia 5 de agosto, o Conselho de Segurança da ONU, reunido a pedido dos Estados Unidos, aprovou por unanimidade a aplicação de novas sanções contra a Coreia do Norte para pressioná-la a interromper seu programa de armas nucleares, particularmente, o desenvolvimento de mísseis balísticos intercontinentais e a miniaturização de ogivas nucleares. Mesmo a China, um país aliado da Coreia do Norte, votou a favor das sanções com a ressalva que o diálogo diplomático deveria prosseguir.

As novas sanções têm caráter essencialmente econômico, visando reduzir a receita do comércio norte-coreano e o fluxo de recursos financeiros com o exterior, tentando estrangular suas finanças que pagam pelo acesso à tecnologia e produtos do seu programa nuclear.

A reação norte-coreana foi a de ameaçar os Estados Unidos, que pagariam “mil vezes” pelo que fizeram e que três mísseis seriam lançados brevemente para cair a trinta quilômetros da costa de Guam, uma ilha de aproximadamente 163 mil habitantes, ocupada pelos Estados Unidos desde sua guerra com a Espanha em 1898 e onde possui uma importante base militar. Guam se localiza a 3.500 quilômetros da Coreia do Norte e disparar os mísseis com esta precisão seria uma prova contundente de seu avanço tecnológico.

Não se sabe ao certo até onde o programa nuclear e balístico norte-coreano possa ter chegado. A DIA (Defense Inteligence Agency – Agência de Inteligência da Defesa), ligada ao Pentágono, afirmou que a tecnologia para lançar mísseis nucleares sobre o território continental dos Estados Unidos já foi alcançada.

Embora, o desmantelamento geral das armas nucleares no mundo seja um objetivo a ser buscado, não é razoável supor que um país na situação geopolítica da Coreia do Norte, cercada por três países (China, Rússia e Coreia do Sul) onde há armas nucleares estacionadas, no caso do último, armas estadunidenses, não busque proteção e mais poder, até para negociar, apesar de sua retórica belicista. Por outro lado, temos hoje como comandante em Chefe das Forças Armadas dos Estados Unidos, e único responsável pela decisão sobre o disparo das armas atômicas deste país, um desequilibrado que pode fazer qualquer coisa.

Portanto, o quadro não é simples e toda cautela e pressão da opinião pública pela paz é essencial. Em artigo publicado no jornal The Nation, o jornalista e autor Mark Hertsgaard, defende uma interessante alteração do protocolo nuclear dos Estados Unidos para retirar este poder de uma única pessoa e evitar que o primeiro ataque parta deste país, independentemente de quem for o adversário.

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