Até junho deste ano a Comissão Pastoral da Terra, que realiza estudos sobre a violência no campo no Brasil dentro de sua missão de empoderar a população da terra e das águas, contabilizou 36 assassinatos no campo. O número já ultrapassa a metade do total de 2016, o que indica em 2017 possivelmente a situação ficará ainda pior.

Em 2016, a atualização dos dados do estudo “Conflitos no Campo Brasil” mostra que o Brasil registrou a maior quantidade de casos de violência no campo dos últimos 32 anos, chegando a 1.079 conflitos. Esse número se traduz em uma média de 2,9 registros por dia e revela um aumento de 22% em relação ao ano de 2015.

A organização afirma que o aumento drástico de conflitos no campo está relacionado ao golpe político que o país vivencia. Segundo a comissão, o golpe na Presidência da República deu espaço à ascensão dos interesses dos ruralistas na agenda de governo e enfraqueceu pautas relacionadas aos direitos das populações que habitam o campo, como combate ao trabalho escravo e aos conflitos e a demarcação de terras para minorias e sem terra.

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