Fundo Monetário Internacional apoia políticas dos golpistas
O relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), conhecido como “Consulta do Artigo IV”, é produzido anualmente sobre cada país após a visita de uma missão de economistas do Fundo para verificar a situação da estabilidade econômica e financeira, o crescimento econômico, a estabilidade de preços e se a política cambial está livre de distorções. O relatório de 2017 sobre o Brasil foi emitido em 13 de julho.
Sem surpresas, o relatório tece loas sobre o desempenho do governo golpista na economia, prevendo, inclusive, que a recessão estaria próxima do fim graças às reformas promovidas até agora, em particular a aprovação da PEC 55 e a política de austeridade fiscal. Elogia a queda da inflação, no entanto, sem admitir que ela é resultado de uma das mais profundas recessões que o Brasil já viveu e, apesar da torcida do FMI, não há perspectiva de retomada do crescimento econômico no curto prazo.
O único comentário negativo em relação às reformas é uma nota de pé de página que reconhece que a Lei de Terceirização eventualmente pode gerar falsos trabalhadores por conta própria para sonegar o pagamento de encargos sociais, prejudicando ainda mais o financiamento da Previdência Social. Porém, não faz nenhuma recomendação sobre como solucionar este problema.
Ao contrário das demais recomendações, onde milita abertamente pela adoção da agenda neoliberal, tais como manter a política de austeridade; deixar de indexar aumentos salariais, referindo-se particularmente ao salário mínimo; promover a reforma da Previdência Social; reduzir tarifas externas para mostra-se amigável aos investidores; promover a flexibilização das normas trabalhistas – quando o relatório foi produzido, a reforma trabalhista ainda não havia sido aprovada no Senado.
Ou seja, os golpistas estão realmente engajados na agenda internacional neoliberal, pois, além de seguirem os preceitos defendidos pelo FMI, pretendem também filiar o Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o que, se for aceito, exigirá ajustes estruturais e abertura econômica ainda maiores do que as promovidas até agora.