Em meio a ataques ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, seja por ter recebido R$ 217 milhões por lucros de consultoria em 2016, seja pela implosão do ajuste fiscal (em parte pela quantidade de concessões que Temer teve que fazer para aprovar a reforma trabalhista em 2017 e se manter no poder apesar dos escândalos), foi anunciado hoje que aliados de Temer defendem que ele esqueça a Reforma da Previdência (PEC 287/2016) por agora.

Alguns apontam a necessidade de a votação ocorrer em um momento de “tranquilidade política”, outros defendem que a reforma fique para 2019, após as eleições presidenciais, pois em 2018 com as eleições não seria possível. Outros parlamentares estão descontentes com a mudança no texto original.

O possível adiamento pode estar relacionado também ao fato de o governo já ter destinado 65% dos recursos para emendas parlamentares até o presente momento (forma de barganha com os parlamentares) e ainda ter de se proteger de futuras acusações: a expectativa é que a Procuradoria-Geral da República apresente nova denúncia contra ele em agosto.

O Jornal Globo informa hoje que Temer empenhou R$ 3,9 bilhões em emendas parlamentares em cinquenta dias e tem agora cerca de dois bilhões de reais para deputados e senadores até dezembro. O uso político do orçamento já tem agravado a crise fiscal. A avaliação pode ser que o governo não teria, em 2017, condições de arcar com o custo da aprovação da Reforma.

Assim, é necessário reforçar a pressão aos congressistas, para que entendam os riscos eleitorais que enfrentam caso apoiem a Reforma da Previdência, que muito prejudicará os trabalhadores brasileiros.

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