Morreu hoje, em São Paulo, vítima de câncer no fígado, Augusto Campos, uma das principais lideranças da oposição à direção do Sindicato dos Bancários no início dos anos 1970. O intenso trabalho junto com Luiz Gushiken, Gilmar Carneiro, Luizinho Azevedo, entre outros, levou à organização da categoria e à conquista do Sindicato no final daquela década. Augusto presidiu a entidade, foi fundador do PT e da CUT, eleito diretor representante dos funcionários do antigo Banespa e vereador pelo Partido dos Trabalhadores.

O velório de Augusto Campos será amanhã em Santos, a partir das 8 horas no Memorial Necrópole Ecumênica (Av. Nilo Peçanha, 50 – Marapé – Santos). Cerimônia de Cremação dia 19, às 16h.

Lula, Augusto Campos e Luizinho Azevedo (em pé), em assembleia do Sindicato nos anos 1980.

Registramos aqui algumas manifestações de pesar.

Sindicato dos Bancários lamenta morte de Augusto Campos

“Seu comprometimento com os trabalhadores fez com que, durante a ditadura militar, mudasse a forma de fazer sindicalismo, unindo os trabalhadores e inaugurando uma nova forma de negociar com o banqueiros, sem que a Justiça interviesse nas negociações, com greves combativas e assembleias fortes. Foi um defensor da liberdade e um grande líder na defesa dos trabalhadores”, disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

Nota de pesar pelo falecimento do ex-vereador Augusto Campos

Com pesar, a Bancada de Vereadores do PT de São Paulo recebeu a notícia do falecimento do ex-vereador (2001-2004) Augusto Campos, o Augustão, ex-presidente do Sindicato dos Bancários e fundador da CUT e do PT, vítima de um câncer no fígado. Militante da luta por direitos e contra a ditadura, liderou a maior greve da categoria, em 1978, ainda sob o regime dos militares, e conduziu a vitoriosa chapa de oposição bancária que retomou a entidade para os trabalhadores.

Estendemos nossa solidariedade à família, aos amigos e companheiros de militância e desejamos que encontrem conforto em uma trajetória de vida que inspira luta e coragem naqueles que acreditam na democracia como um valor fundamental para o nosso País. Augusto Campos: presente!

Saiba mais sobre Augusto Campos:

Entrevista de Augusto Campos, em 2013,  para o Sindicato dos Bancários de São Paulo

O ano é 1979. Os bancários organizavam a primeira greve da categoria, após a chamada “retomada” do Sindicato. Reunidos no pátio do Colégio São Bento, os trabalhadores definiram pelo início da greve para o dia seguinte. O movimento começou forte, mas a repressão policial e dos bancos também. “Houve confronto tão intenso que os padres não quiseram mais alugar o espaço para nós. Na Casa de Portugal também não podia ser, os portugueses não queriam mais a gente lá, pois tinha cada vez mais pessoas nas assembleias e o espaço ficava pequeno, apertado. Passamos a procurar lugar próprio e compramos um terreno, no qual funcionava um estacionamento, na Rua Tabatinguera. Foi ali que fizemos a Quadra, inaugurada em evento marcante para mim. Ver naquele lugar, nosso, figuras históricas como Lula e Luiz Carlos Prestes debatendo com a categoria foi especial.”

 

`