O Banco Central informou na manhã desta sexta-feira (14) que o seu indicador antecedente do PIB (IBC-Br) registrou variação negativa no último mês de maio (-0,5%). Embora já viéssemos alertando aqui neste espaço para a possibilidade de novas quedas do nível de atividade em decorrência da ausência de fatores capazes de dar impulso a um ciclo de retomada do crescimento, as vozes do mercado financeiro reunidas pelo jornal Valor Econômico (leia aqui) estimavam que o IBC-Br de maio apontaria para um crescimento de 0,3%.

Além disso, quando se considera o resultado acumulado nos cinco primeiros meses de 2017 frente ao mesmo período de 2016 (os últimos meses sob o governo Dilma), o que se observa é também uma queda de 0,10%, a despeito dos ajustes metodológicos nas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística e que inflaram os resultados nos primeiros meses do presente ano.

Ou seja, a cada novo resultado vai ficando cada vez mais claro que, embora ocorram oscilações positivas de um ou outro segmento da economia, o arranjo macroeconômico conduzido pelo governo Temer e seus ministros-banqueiros não é capaz de dar partida a nenhum motor da demanda agregada.

Sem isso, o país deverá permanecer à mercê de eventuais impulsos exógenos (maior apetite do mercado externo, um regime climático favorável à safra agrícola) e se acostumar com a marola no fundo do poço. Sem escadas, sem mola e sem cordas, seria talvez o caso de devolver a pergunta cínica que Michel Temer fez aos brasileiros dias atrás: o que será deste pais com mais um ano e meio sob o seu governo?

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