O deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) apresentou nesta segunda-feira (10) seu relatório à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, no qual recomenda que a casa autorize a investigação do presidente Michel Temer por corrupção passiva. Para tentar evitar a derrota, alguns dos partidos aliados ao governo golpista têm trocado seus deputados que manifestaram possível voto contra Temer dentro da comissão por outros parlamentares dispostos a preservar o presidente.

Outra possível manobra dos aliados de Temer é a apresentação de um relatório alternativo ao de Zveiter por meio de um voto em separado, abrindo a possibilidade de aprovar um texto que recomende a rejeição da denúncia contra Temer. Em seu relatório, Zveiter apontou não cabe ao Congresso condenar ou absolver, e sim admitir ou não a investigação com base em indícios apresentados pela denúncia, que cumpram os requisitos legais. De acordo com o relator, a sociedade só saberá se Temer é ou não culpado se houver investigação. Na mesma sessão o advogado de defesa do presidente, Antônio Cláudio Mariz, apresentou os argumentos contra a aceitação da denúncia. Mariz qualificou a denúncia como baseada em “mentiras” e motivada “por interesses políticos inconfessáveis”.

O principal partido aliado ao governo golpista, o PSDB, segue com seu debate interno sobre deixar ou não o governo Temer. Em reunião que contou com os principais caciques do partido, foi decidida a liberação da bancada de deputados na votação em plenário que autorizará ou vetará a investigação contra Temer com base na denúncia da Procuradoria-Geral da República. Com isso, há a expectativa de que a maior parte dos deputados tucanos vote pela aceitação da denúncia. O PSDB possui quatro ministérios no governo: Relações Exteriores, Direitos Humanos, Secretaria de Governo e Cidades. De acordo com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o partido não possui nenhuma razão para ficar no governo após a aprovação das reformas trabalhista, previdenciária e política. Com isso, os tucanos demonstram que Temer, e inclusive seu provável sucessor, são meros instrumentos para aprovação da agenda do golpe, que desmonta direitos e foi rejeitada nas urnas.

`