Após a denúncia de Temer por corrupção passiva pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 26 de junho, o presidente da República reuniu-se com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Grace Mendonça (AGU), Moreira Franco (Secretaria Geral), Torquato Jardim (Justiça), o líder do Congresso, André Moura (PSC-SE), o do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e integrantes de sua equipe de defesa para traçar estratégias de respostas, que vieram na forma de um pronunciamento público, na tarde do dia 27.

No pronunciamento, acompanhado por cerca de setenta parlamentares para demonstrar que não há isolamento político, Temer falou em respeito às decisões judiciais mas disse tratar-se de um ataque injurioso à sua dignidade pessoal e infâmia de natureza política. Criticou a denúncia por corrupção passiva e alegou inexistência de provas concretas. Disse que a peça acusatória é uma “ficção”, baseada em ilações, pelo simples fato de conhecer quem cometeu o crime (o deputado Rocha Loures) e reclamou o fatiamento das denúncias pela Procuradoria Geral da República, que provoca fatos semanais contra o governo com o objetivo de paralisar o país.

Acusou o trabalho da procuradoria geral da República de trôpego, pelo fato de o procurador da República Marcelo Miller, “homem de confiança” de Rodrigo Janot, ter deixado a Procuradoria Geral para trabalhar no escritório de advocacia contratado pela JBS para fechar o acordo de delação premiada e garantir impunidade pelo procurador-geral, sugerindo que os milhões em honorários recebidos pelo ex-procurador Marcelo Miller talvez não fossem unicamente para ele, mas para o próprio Janot.

Chamou o empresário da JBS de “bandido” e disse que só conheceu o verdadeiro Joesley quando ele revelou os crimes que cometeu ao Ministério Público. Alegou que recebeu Joesley, sim, enquanto o maior produtor de carne do Brasil ou talvez do mundo, e que as gravações foram conversas induzidas para forjar provas, produzidas no desespero de se safar da cadeia, e que o fruto dessa conversa é uma prova ilícita e inválida para a Justiça.

Apelou emocionalmente para o fato de seus familiares o verem sendo acusado de corrupto na televisão ou jornais. Disse ter orgulho de ser presidente, não saber como “Deus” o colocou ali e que continuará a trabalhar pelo Brasil, dando continuidade às reformas (tão indesejáveis à população) como a Tabalhista, a da Previdência e as já realizadas, como a do ensino médio, a do teto de gastos, as mudanças nas estatais e nas regras do petróleo.

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