Boletim de junho analisa conjuntura política, econômica e social
A edição de junho do Boletim de Análise de Conjuntura da Fundação Perseu Abramo abre com a seção Internacional, na qual é analisada a antecipação das eleições parlamentares na Grã-Bretanha, que acabou se transformando em um tiro no pé dos conservadores. Também trata do recente resultado eleitoral no parlamento francês, no qual o presidente Emmanuel Macron saiu fortalecido. Aborda ainda a Divisão no Conselho de Cooperação do Golfo e, por último, as dificuldades em consolidar o acordo de paz na Colômbia.
Na seção de Política e opinião pública, se mostra que, após as graves denúncias dos sócios da JBS que abalaram o governo golpista, Temer permanece no cargo sob forte pressão. Trata ainda das respostas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Supremo Tribunal Federal (STF) aos processos contra o governo, dos avanços das reformas reacionárias no Legislativo e do
reflexo desse momento na opinião pública.
No capítulo Social, mostra-se a continuidade da crise no mercado de trabalho, já sentida no dia a dia pela população não só com a queda da renda, mas também a ampliação da violência e do trabalho infantil. A saída do governo tem sido manter a pressão pela aprovação das reformas da Previdência e Trabalhista, bem como o corte de gastos sociais, garantindo os
interesses da elite em detrimento dos direitos constitucionais da população brasileira.
Na parte de Economia, o estudo evidencia que, em meados de 2017, o país encontra-se à deriva. Apesar da melhora registrada em alguns indicadores setoriais, fica cada vez mais evidente que não há uma recuperação em curso na economia, mas apenas algumas pequenas flutuações positivas que decorrem principalmente dos impulsos das exportações agrícolas
e automotivas ou de fatores cíclicos, como a recomposição de estoques em determinados segmentos da indústria. Sob o comando de um governo que não tem tempo, solidez ou mesmo interesse para adotar medidas mais consistentes de estímulo à demanda, segue-se apenas com as agendas da desconstrução do Estado e da cooptação política, sem que delas
se possa esperar qualquer fruto saudável, muito menos a propalada recuperação.
Na seção Territorial, o boletim mostra que sob o governo Temer aumenta a desigualdade de renda entre homens e mulheres. Pela primeira vez na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNADC/IBGE), esta desigualdade, que vinha sendo reduzida nas últimas décadas até 2016, voltou a crescer. No Brasil, a mulher ainda ganha em média 77,6% do que ganha o homem de remuneração
no trabalho. Esta proporção seria maior não fosse o retrocesso recente, que é mais expressivo nos estados mais abastados do país. Quanto maior é a remuneração média dos trabalhadores de um estado, maior também é a diferença salarial homem-mulher. Essa desigualdade só é menor quando é nivelada por baixo, nos estados com menores salários.
Na seção de Comunicação são analisados o comportamento dos usuários do Twitter no dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) livrou a chapa Dilma-Temer da cassação e o posicionamento editorial da grande imprensa acerca do tema. Na mídia internacional, os principais jornais destacam a fragilidade do governo Temer.
Por último, na parte de Movimentos Sociais é abordada a campanha pelo “Fora Temer, Nenhum Direito a Menos, Direitas Já”.