Pas de politique mariô! traz Mario Pedrosa como ser político
O livro Pas de politique mariô! (clique aqui para ler o sumário e as primeiras páginas), editado pela Fundação Perseu Abramo e pela Ateliê Editorial e lançado no dia 22 de junho, é a primeira biografia que trata exclusivamente da atuação política de Mario Pedrosa.
Participaram do lançamento, como debatedores, o autor do livro, mestre e doutor em História pela USP e pós-doutor em História pela Unicamp Dainis Karepovs e a professora aposentada do Departamento de Filosofia da Unesp Isabel Loureiro. A mesa foi mediada pelo diretor da Fundação Perseu Abramo, Joaquim Soriano.
De acordo com o autor, o historiador Dainis Karepovs, Mario chegou à política pela arte e jamais se separou de ambas. Nos anos 1930, percebeu que no Brasil o comunismo chegou antes do marxismo. “Ele tinha a preocupação de fazer a militância aproximar-se do marxismo, estava preocupado com a falta de conhecimento e de literatura sobre o tema. Na metade da década de de 1940, no jornal Vanguarda Socialista, publicou textos inéditos de pensadores marxistas”, relatou. “Espero que o livro seja um estímulo para que algum jovem talentoso possa juntar o Mario Pedrosa crítico de arte com o ator político”, afirmou.
Mario atuou como jornalista, editor, professor de história e militante, foi crítico do getulismo e do stalinismo e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores. Embora tenha sido mais reconhecido como crítico de arte, deu uma contribuição importantíssima à divulgação da teoria marxista no Brasil, desde a sua aproximação com o tema, na virada dos anos 1910 para 1920, até seu falecimento, em 1981.
Ele entrou no Partido Comunista em 1925, com o qual rompeu em 1929, por discordar das posições de Stalin, que se tornaram hegemônicas, e passou a defender as posições de Trotsky até 1940, quando se afastou da Quarta Internacional. Passou então a fazer um jornal chamado Vanguarda Socialista e a exercer a função de crítico de arte, pela qual se tornou muito conhecido.
A prefaciadora do livro, Isabel Loureiro, destacou a atuação de Mario Pedrosa como figura intelectual irreverente, combativa e avessa a dogmatismos. Segundo ela, a obra é importante porque supre uma lacuna sobre sua atuação nos anos 1950, quando ele publicou artigos em vários jornais. “A grande novidade e originalidade do livro está na exposição detalhada de uma fase da sua atividade política praticamente desconhecida e que sempre despertou curiosidade dos pesquisadores. Refiro-me ao período que começa com o retorno ao Brasil em 1945 (depois de um exílio de sete anos nos Estados Unidos) e termina perto do final da década de 1950, período em cuja boa parte militou no PSB”.