Nos dias 10 e 11 de junho, cerca de cem cidades nos Estados Unidos presenciaram marchas a favor das pautas LGBT em um contexto onde o discurso conservador ganhou forças desde a eleição de Donald Trump, em 2016. E no dia 12 de junho foi o primeiro aniversário do massacre na boate Pulse, em Orlando.

Há um ano atrás o terror marcou a história da luta LGBT com o maior ataque a tiros da era moderna dos Estados Unidos. Um cidadão estadunidense, Omar Mateen, entrou na boate tradicionalmente gay e matou 49 pessoas, deixando mais de cinquenta feridas. O episódio reabriu o debate sobre a legalização das armas de fogo no país e foi considerado pela grande mídia um ato de terrorismo, encobrindo a motivação homofóbica do atirador.

Cinco meses depois, em novembro, Trump foi consagrado como novo presidente dos Estados Unidos. O conservadorismo, com seus argumentos contra a regulamentação do mercado de armas e seu caráter homofóbico, ganhou na disputa com o neoliberalismo “progressista” – que talvez tenha tido em Obama seu maior expoente.

Apesar de Trump não ter se mostrado contra os direitos homossexuais durante a corrida presidencial, realizou após sua posse várias medidas consideradas ofensivas pelo público LGBT. Durante as manifestações deste final de semana, isto ficou bem explícito. As pessoas manifestaram contra a revogação, feita por Trump, da norma que permitiria aos alunos das escolas utilizarem os banheiros conforme sua identidade sexual. Questionaram, também, a baixa prioridade que governo está dando aos temas LGBT’s, chegando até a retirar questões sobre orientação sexual de duas pesquisas federais. Ademais, Trump conta em sua administração com inimigos declarados da causa, como o seu vice, Mike Pence que, quando foi governador de Indiana, sancionou a lei de liberdade religiosa, a qual dava permissão a donos de estabelecimentos de negarem atendimento a gays.

`