O diplomata, político e padre católico da Nicarágua, padre Miguel D’Escoto, morreu quinta-feira, dia 8 de maio, aos 84 anos, de causas naturais. “Foi um irmão de fibra, era um irmão que lutou com o povo, pelo povo, junto ao povo, por todas causas justas”, disse a vice-presidenta da Nicarágua, Rosario Murillo.

Rosario Murillo disse que apesar da notícia não há razão para tristeza porque D’Escoto “nunca foi uma pessoa triste”. “Tendo ele uma personalidade tão única, tão excepcional, não pode ser uma notícia triste, tem que ser notícia que nos fortaleça a todos, porque sabemos que ele vai nos acompanhar nas lutas de hoje e de amanhã”, declarou.

D’Escoto era presidente da Assembleia Geral da ONU. A vice-presidenta o descreveu como um “sandinista, militante, intelectual, comunicador e teólogo”, em um comunicado enviado a mídia oficial. Ele foi condecorado com os prêmios Rubén Darío e Carlos Fonseca.

“Queremos compartilhar com as famílias nicaraguenses, com nosso povo, uma história que poderia ser triste, mas tratando-se do irmão que nunca foi triste, um irmão que não se dobrava, que lutou com o povo, pelo povo, junto do povo por todas as causas justas, cheio de alegria, esperança e confiança de um futuro melhor que todos nós queremos e merecemos “, disse Murillo.

Em 26 de setembro de 2014, D’Escoto Brockmann celebrou sua primeira missa após trinta anos – período em que foi proibido pela Igreja Católica de celebrar atos religiosos. A anulação da suspensão foi dada pelo Papa Francisco. O expoente da Teologia da Libertação foi ministro das Relações Exteriores nos anos 1980 após o triunfo da revolução sandinista.

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