Em meio ao julgamento que pode decretar a cassação da chapa Dilma-Temer, eleita em 2014, o governo golpista conseguiu aprovar na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado o relatório que recomenda a aprovação do desmonte das leis trabalhistas, escrito pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Para ser votado em plenário, o Projeto de Lei da Câmara 38/2017 (antigo PL 6.787/16) ainda depende da análise e aprovação do relatório nas comissões de Assuntos Sociais (CAS) e Constituição e Justiça (CCJ), presididas pela senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) e Edison Lobão (PMDB-MA), respectivamente.

Na CAE, o relatório do senador Ferraço foi aprovado por 14 votos a favor e 11 contra, e a previsão de votação no plenário, segundo o próprio, é para os dias 20 a 23 de junho. Para acelerar a aprovação um acordo foi firmado entre o relator e o governo golpista para que nenhuma alteração seja feita ao texto, pois isso acarretaria na devolução do projeto para análise na Câmara dos Deputados. O relator, portanto, apenas fez sugestões de vetos para Michel Temer. Isso claramente limita o debate e retira do Senado o papel institucional de fazer revisões, rejeitar temas e até melhorar propostas. Com isso, é feito de tudo para que a agenda de retirada de direitos siga inalterada e obedeça a vontade dos setores empresariais que financiaram o golpe dado por Temer e seus aliados.

Votaram a favor do desmonte da CLT os senadores Armando Monteiro (PTB-PE), Ataídes Oliveira (PSDB-TO), Cidinho Santos (PR-MT), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), Garibaldi Alves (PMDB-RN), José Agripino (DEM-RN), José Medeiros (PSD-MT), José Serra (PSDB-SP), Raimundo Lira (PMDB-PB), Ricardo Ferraço (PSDB-ES), Sérgio Petecão (PSD-AC), Simone Tebet (PMDB-MS), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Wellington Fagundes (PR-MT). Os senadores que votaram contra a proposta foram Ângela Portela (PDT-RR), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Humberto Costa (PT-PE), Jorge Viana (PT-AC), José Pimentel (PT-CE), Kátia Abreu (PMDB-TO), Lídice da Mata (PSB-MA), Lindbergh Farias (PT-RJ), Otto Alencar (PSD-BA), Roberto Requião (PMDB-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

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