Na posse do Ministério da Justiça, o novo ministro Torquato Jardim não descarta eventual troca no comando da Polícia Federal (PF), mas disse que vai primeiro “conhecer e conversar” com o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, antes de fazer possíveis mudanças. Segundo Jardim, seria necessário no mínimo três meses para que a situação do departamento fosse avaliada, para uma eventual troca no comando da PF e que trocas de delegado são questões técnicas que não podem ser influenciadas pela política.

Apesar de não descartar a possibilidade de troca do diretor-geral da PF, o novo ministro garantiu que não haverá interferência na Lava Jato, que a Operação não é um programa de governo, mas de Estado, está blindada e independe de quem estiver no comando da PF, Ministério Público ou na Justiça.

Ao que tudo indica as investigações da Lava Jato tendem a mudar seu teor. Embora os procuradores que atuam na força-tarefa critiquem doações eleitorais legais feitas com dinheiro de propina paga por empresas, o novo ministro disse que a origem dos recursos doados às campanhas eleitorais não importa, desde que tenham sido declarados à Justiça Eleitoral.

Torquato Jardim negou ter sido levado para o Ministério da Justiça para tentar, como ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, interferir na votação da cassação da chapa Dilma-Temer, no próximo dia 6 de maio, e não quis comentar sobre o inquérito aberto pelo STF contra Michel Temer, afirmando que ainda não o conhece.

Michel Temer esteve presente na cerimônia de posse de Torquato Jardim e lembrou que o conhece desde 1982. Em seu discurso, disse que o país vive hoje “momentos de grandes conflitos institucionais”, que a recuperação da institucionalidade passa pelo cumprimento da lei e criticou o abuso da autoridade. Elogiou a larga experiência institucional, democrática e política de Jardim, além do perfil técnico que combina “serenidade e firmeza” e espera do novo ministro respostas rápidas à crise.

Temer destacou que o Ministério da Justiça abarca “um amplo aspecto de temas”, como a segurança púbica, mas não se referiu a Polícia Federal. O novo ministro reconheceu sua inexperiência na área de segurança pública e que seu conhecimento se restringe a já ter sido assaltado. Com mais essa nomeação, Temer completa a trilogia de parcialidade, ineficiência e despreparo no comando da Justiça (Alexandre de Moraes, Osmar Serraglio e o atual Torquato Jardim).

O ex-ministro, Osmar Serraglio não foi à posse de seu sucessor.

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