Nesta quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou por unanimidade a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece que, caso haja vacância da presidência e da vice-presidência da República, sejam realizadas eleições diretas.

A proposta de  eleições diretas ganhou força nos últimos dias após a divulgação das gravações dos empresários da JBS, que incriminam Temer.

A CCJ é responsável por analisar se os projetos apresentados no Senado ferem algum princípio da Constituição. A proposta é de autoria do senador Reguffe (sem partido-DF) e teve como relator Lindbergh Farias (PT-RJ).

“Conseguimos hoje uma vitória gigantesca. Tinha duas PECs: a do Miro Teixeira, na Câmara, barrada pela base governista do golpista Michel Temer, e aqui na semana passada conseguimos ler a do senador Reguffe”, comemorou o senador Lindbergh Farias esta tarde.

Créditos: Pedro França/Agência Senado

“Ia ser muito difícil os senadores votarem contra as eleições diretas. Alterando a Constituição, até dezembro de 2017, o Temer caindo, e a PEC aprovada, teremos eleições em noventa dias. Agora temos que colocar o povo na rua”, explicou.

Com a aprovação da PEC pelos senadores do colegiado, o texto será enviado ao plenário do Senado. Se os senadores aprovarem o texto em plenário, a PEC seguirá para a Câmara. Para ser aprovada, uma PEC precisa ser votada em dois turnos na Câmara e no Senado. Depois disso, a PEC não precisa de sanção presidencial para entrar em vigor.

Pesquisa: 90,6% querem diretas já
Levantamento feito pelo Paraná Pesquisas e divulgado pelo Estadão, que indica que os brasileiros querem eleições diretas.

Segundo o levantamento, 90,6% dos brasileiros acreditam que a escolha de um novo presidente deve ser feita por eleições diretas. Apenas 7% acredita que a escolha deve ser por meio de eleição indireta, ou seja, pelo Congresso Nacional. E 2,3% não opinaram.

Sobre a impopularidade de Temer, os números confirmam a rejeição a Temer. Ele é rejeitado por 74,8% dos brasileiros que consideram sua administração ruim ou péssima; e aprovado por apenas 6,4%.

Ainda de acordo com a pesquisa, 73,5% dos entrevistados disseram que não dariam um voto de confiança a Temer nem se sua permanência no poder fosse a garantia de melhorias na economia. Quando questionados genericamente, 84% dos entrevistados dizem que desaprovam o governo.

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