Boletim de Análise de Conjuntura Mensal 14

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Apresentação

A edição de maio do Boletim de Análise da Conjuntura da Fundação Perseu Abramo chega no momento em que o governo golpista está em crise terminal, com denúncias que atingem em cheio o presidente ilegítimo Michel Temer e seu principal aliado, o senador tucano Aécio Neves.

As elites conservadoras se digladiam entre alternativas para uma saída negociada entre elas, “por cima”, sem participação popular, de forma a continuar a marcha forçada da agenda reacionária dominante nas ações do governo e do Legislativo. Os setores populares liderados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo exigem Fora Temer! Diretas já! Retirada das Reformas!

A crise do governo golpista recoloca as condições para uma disputa de alternativas. Como nunca o acompanhamento crítico da conjuntura é fundamental para a militância política. A FPA oferece ferramentas para essa tarefa. A Agência de Notícias, que faz análises diárias dos fatos, o livro recentemente lançado Brasil 2016: Recessão e Golpe e este boletim de acompanhamento mensal. Todos podem ser acessados na página https://fpabramo.org.br/. A seguir, os temas tratados neste número.

Na seção Golpe contra o Estado mostramos como a nova administração da Petrobras está reorientando a gestão da empresa para servir aos interesses dos acionistas privados e não aos da nação e do povo brasileiros. Os ataques contra essa empresa comprometem o futuro do país, sua capacidade de fazer política de inclusão social, de diversificação produtiva e energética.

Na parte Internacional, analisamos como as dificuldades políticas domésticas do governo Trump se combinam com uma agenda cada vez mais agressiva da sua política exterior.

A seção de Política e Opinião Pública aborda os possíveis desfechos para a crise do governo golpista provocada pelas delações da JBS, com a provável queda do governo Temer. Analisa as Medidas Provisórias aprovadas no Congresso Nacional e as principais perdas que a agenda de Temer trouxe para o país, além de listar os principais ministros que caíram por corrupção.

A parte Social faz uma análise sobre o desemprego integrada com a dimensão Territorial do problema. O estudo mostra que, ao contrário do que a mídia e do governo federal rotineiramente anunciam, o cenário econômico continua a trazer notícias lamentáveis. A desocupação no país passou pelo maior aumento dos últimos quatro trimestres, com 1,8 milhão de “novos desempregados” nos três primeiros meses de 2017. O país tem estados com níveis de desemprego equiparáveis aos maiores do mundo. A desocupação vem atingindo cada vez mais adultos, mulheres e negros.

A análise da seção de Economia mostra que o país que já vinha andando de lado neste início de ano – com a honrosa, porém, pouco significativa exceção do setor agrícola – se aproxima do meio do ano com perspectivas sombrias. Além do baixo apetite do setor empresarial por crédito para novos investimentos, do elevado desemprego, dos encolhimentos do varejo e dos serviços, as incertezas políticas produzidas pela aventura do impeachment jogam por terra as apostas na recuperação, e o cenário de um terceiro ano de recessão parece cada vez mais provável.

A Comunicação publica uma radiografia da distribuição de verba para os grandes grupos de mídia nos últimos doze meses, em troca de apoio às reformas e políticas antipopulares. Também analisa o comportamento da imprensa internacional em relação à crise política e mostra a reação dos usuários de redes sociais ao depoimento de Lula no último dia 10 de maio.

Por último, traz, na parte de Movimentos Sociais, uma apresentação do programa de emergência discutido pela Frente Brasil Popular. Uma saída para a atual crise política que corresponda aos interesses das maiorias tem de responder aos problemas que afligem a população e que comprometem a construção do Brasil como nação soberana.