A Frente Brasil Popular lançou ontem (29/5) o Plano Popular de Emergência, em ato pelas Diretas Já realizado no Tuca, em São Paulo, que reuniu centenas de lideranças do movimento sindical e popular, artistas e intelectuais.

O Plano está dividido em dez pontos: democratização do Estado; política de desenvolvimento, emprego e renda; reforma agrária e agricultura familiar; reforma tributária; direitos sociais e trabalhistas; direito à saúde, à educação, à cultura e à moradia; segurança pública; direitos humanos e cidadania; defesa do meio ambiente e, por último, política externa soberana.

A apresentação do PPE ficou a cargo do ex-ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula, Roberto Amaral, integrante da Frente Brasil Popular. Ele basicamente tratou do desenvolvimento econômico com redução das desigualdades e do momento histórico atual, em que afirmou ser necessário devolver o comando do país aos trabalhadores.

Muitos dos representantes que discursaram fizeram questão de ressaltar que, diante da urgência que o país vive, cada um dos grupos decidiu ceder e somar para construir uma frente de esquerda. Esse novo período se traduz pela palavra mais repetida entre todos os que discursaram: “unidade”.

Em linhas gerais, o Plano aponta três grandes características: a reversão do golpe de 2016, o desenvolvimento e trabalho como elementos estratégicos para a retomada da economia brasileira e as necessárias políticas de interseccionalidade e transversalidade para a redução de desigualdades históricas.

O líder do Movimento sem Terra, João Pedro Stédile e o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, anunciaram que está em andamento a preparação do que deve ser o maior período de manifestações da história recente do país.

O MST prepara seus pelotões para uma marcha à Brasília, que “não arredará pé” enquanto não forem convocadas novas eleições diretas para o Brasil. Já a CUT, juntamente com as outras centrais sindicais, prepara uma greve geral, entre os dias 26 e 30 de junho. Freitas não precisou a data da greve geral, mas antecipou que o Brasil pode se preparar para a maior paralisação de sua história.

Em alto e bom som, as representações dos partidos e dos movimentos sociais afirmaram não aceitar, em nenhuma hipótese, a realização de um acordo feito “por cima”, que coloque qualquer liderança à frente do país por eleições indiretas. Outros atos, como este que foi realizado ontem no Tuca, estão sendo convocados para Brasília e Rio de Janeiro, assim como uma grande plenária conjunta com a Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, OAB, Igrejas e centrais sindicais no dia 5/6, em Brasília, que deverá fundar a Frente Ampla pelas Diretas Já no Brasil. Muito está por vir.

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