Desemprego cresce mais no Norte e Nordeste
Como se não bastasse concentrarem as maiores taxas de desocupação do país, é nas regiões metropolitanas do Norte e Nordeste do país que o desemprego mais cresce. A RM de Manaus passou a ter a maior taxa de desemprego entre todas, 20,3%. Teresina teve o maior crescimento proporcional, cerca de 3 pontos percentuais, apenas nos três primeiros meses do ano.
Elaborada e recém divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatśitica (IBGE), a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) do primeiro trimestre de 2017 aponta que a taxa de desocupação brasileira saltou de 12%, no final de 2016, para 13,7%, no primeiro trimestre de 2017. São cerca de 1,9 milhões de “novos desempregados” no país, totalizando 14,2 milhões de pessoas. Cerca de 6,2 milhões deles residem nas 21 regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, sendo que 611 mil passaram a integrar este total no início de 2017.
Pode-se perceber no quadro a seguir que, além de Manaus, as outras seis RMs brasileiras que possuem taxas de desemprego superior a 17% se localizam nas regiões Norte ou Nordeste. São elas: Aracajú (19,3%), Macapá (18,4%), Salvador (18,3%), Grande São Luís (18,2%), Recife (18%) e Maceió (17,4%). Já as RMs que possuem as menores taxas de desocupação estão nas regiões Sul e Centro-oeste. São elas: Florianópolis (7,4%), Cuiabá (10,6%), e Porto Alegre e Goiânia, ambas com 10,9%.
Desempregados e taxa de desemprego das regiões metropolitanas
Regiões Metropolitanas ou Administrativas |
4º trimestre de 2016 |
1º trimestre de 2017 |
Variação |
|||||
Nº de desempregados |
Taxa de desemprego |
Nº de desempregados |
Taxa de desemprego |
Nº de desempregados |
Taxa de desemprego |
|||
RM de Manaus (AM) |
214.721 |
17,9 |
245.814 |
20,3 |
31.092 |
2,4 |
||
RM de Belém (PA) |
159.002 |
13,9 |
174.636 |
15,4 |
15.634 |
1,6 |
||
RM de Macapá (AP) |
47.589 |
16,8 |
52.205 |
18,4 |
4.615 |
1,6 |
||
RM de Grande São Luís (MA) |
120.114 |
17,2 |
129.490 |
18,2 |
9.376 |
1,0 |
||
RAID da Grande Teresina (PI) |
59.676 |
10,3 |
78.143 |
13,4 |
18.467 |
3,0 |
||
RM de Fortaleza (CE) |
231.743 |
12,1 |
273.093 |
14,0 |
41.350 |
2,0 |
||
RM de Natal (RN) |
117.093 |
15,2 |
122.316 |
16,0 |
5.223 |
0,8 |
||
RM de João Pessoa (PB) |
81.620 |
12,9 |
84.967 |
13,5 |
3.347 |
0,6 |
||
RM de Recife (PE) |
301.176 |
15,8 |
343.700 |
18,0 |
42.523 |
2,2 |
||
RM de Maceió (AL) |
91.850 |
15,6 |
103.215 |
17,4 |
11.365 |
1,8 |
||
RM de Aracaju (SE) |
91.369 |
19,5 |
86.060 |
19,3 |
-5.309 |
-0,2 |
||
RM de Salvador (BA) |
435.278 |
19,1 |
420.134 |
18,3 |
-15.144 |
-0,8 |
||
RM de Belo Horizonte (MG) |
407.036 |
13,6 |
471.429 |
15,8 |
64.394 |
2,2 |
||
RM de Grande Vitória (ES) |
163.968 |
15,8 |
168.582 |
16,4 |
4.615 |
0,6 |
||
RM de Rio de Janeiro (RJ) |
805.058 |
13,2 |
877.007 |
14,3 |
71.949 |
1,1 |
||
RM de São Paulo (SP) |
1.619.609 |
13,5 |
1.846.614 |
15,2 |
227.006 |
1,7 |
||
RM de Curitiba (PR) |
168.022 |
8,9 |
207.909 |
11,2 |
39.887 |
2,2 |
||
RM de Florianópolis (SC) |
33.321 |
6,1 |
40.883 |
7,4 |
7.562 |
1,2 |
||
RM de Porto Alegre (RS) |
221.785 |
9,9 |
245.962 |
10,9 |
24.178 |
1,0 |
||
RM de Vale do Rio Cuiabá (MT) |
44.755 |
9,9 |
47.764 |
10,6 |
3.010 |
0,7 |
||
RM de Goiânia (GO) |
143.539 |
10,5 |
149.337 |
10,9 |
5.797 |
0,3 |
||
Total das RMs |
5.558.322 |
13,5 |
6.169.262 |
14,9 |
610.940 |
1,4 |
||
Brasil |
12.341.954 |
12,0 |
14.175.687 |
13,7 |
1.833.733 |
1,7 |
Apenas duas RMs apresentaram redução no desemprego, Salvador (0,8pp) e Aracaju (0,2pp). No total 20.500 pessoas deixaram de integrar este universo, o que é pouco se observarmos o estoque de desempregados em ambas, 420 mil em Salvador e 86 mil em Aracaju. A maior concentração de desempregados está também nas RMs mais populosas do país, cerca de 1,8 milhões na de São Paulo, 877 mil no Rio de Janeiro e 471 mil na de Belo Horizonte.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT), estimou que um de cada três novos desempregados do mundo seria brasileiro em 2017. Segundo estes cálculos, elaborados em 2016, teríamos em 2017 mais 1,2 milhão de desempregados, fechando o ano de 2017 com 13,6 milhões de pessoas nesta condição e uma taxa de desocupação de 12,4%. No entanto, o país acaba de superar esta estimativa em apenas três meses.