A mobilização da classe trabalhadora contra as reformas do governo golpista continua crescendo. Nesta terça (16/05), o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, subiu ao plenário do Senado para denunciar o golpe e a insegurança jurídica gerada pela proposta da reforma trabalhista.

Os avanços mais substanciais conquistados até o momento foram a decisão do Senado de não tratar a reforma trabalhista em regime de urgência e o adiamento da votação da reforma previdenciária. As duas decisões apontam que a base aliada sentiu o peso das manifestações e muitos parlamentares, inclusive do PMDB, passaram a externar fortes discordâncias em relação ao processo e ao seu conteúdo.

Mas não parou por aí. Hoje no Senado Federal, a CUT pediu a suspensão imediata da tramitação das reformas, propondo uma mesa de negociação nacional democrática entre patrões e trabalhadores para estabelecer os parâmetros de quem de fato tem legitimidade para tratar desse processo.

Outra manifestação que chamou a atenção foi a do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que, de forma muito coerente, apontou sua posição contrária ao imposto sindical e à reforma trabalhista, corroborados pela fala do presidente da CUT, Vagner Freitas.

Os dirigentes apontam que o golpe não deu ao governo as condições de travar esse debate com a sociedade e, nesse caso, a ideia não é modernizar a legislação, mas sim retirar direitos e inviabilizar os sindicatos. Tanto a presidenta eleita do Sindicato, Ivone Silva, quanto Freitas defenderam que a contribuição dos trabalhadores é um direito coletivo, a ser definido em assembleia democrática e soberana dos trabalhadores.

Na quarta-feira (17/05), diversos dirigentes sindicais do Brasil passarão pelos gabinetes dos parlamentares para debater a questão e já está convocada uma marcha para ocupar Brasília no próximo dia 24. O recado é claro: se as reformas não forem paralisadas, quem vai parar é o Brasil, mais uma vez, com muito mais força, em uma nova e maior greve geral.

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