Semana é decisiva após greve geral e 1º de maio contra reformas
A greve geral realizada pelas Centrais Sindicais contra as reformas trabalhista e da Previdência foi um sucesso e parou o país na sexta-feira (28/4). As centrais sindicais classificaram como a maior paralisação realizada no Brasil nos últimos trinta anos. Estima-se que ao menos quarenta milhões de trabalhadores aderiram nacionalmente, com grande participação de categorias como servidores públicos, bancários, motoristas de ônibus, metroviários, condutores de trens, professores da rede pública e privada, metalúrgicos, petroleiros e portuários das capitais dos 26 Estados e do DF.
A mídia convencional recusou-se a noticiar a greve e fez uma cobertura parcial durante todo o dia 28. O governo tentou inicialmente minimizar o movimento, dizendo que havia sido pífio e não houve paralisação, mas sim protestos promovidos por sindicatos que recorreram “a práticas violentas” para impedir a população de sair de casa. E ainda reafirmou que não vai recuar nas reformas e que está comprometido com a “modernização da legislação”.
No domingo (30/)4, o Instituto Datafolha divulgou nova pesquisa, confirmando o aumento da reprovação ao governo Temer já detectado nas pesquisas Vox Populi e Ipsos na semana anterior. Na nova pesquisa Datafolha 51% dos brasileiros consideram o governo atual ruim ou péssimo e apenas 10% possuem uma avaliação positiva do governo. Temer está fazendo um governo pior do que o de Dilma Rousseff, segundo 40% dos entrevistados, 34% o consideram igual ao da ex-presidenta e para 21% é melhor do que o anterior. A maioria (63%) quer que Michel Temer renuncie ao mandato e sejam realizadas eleições diretas para presidência da República ainda neste ano.
Questionados sobre a Reforma da Previdência, que deve ir à votação na Comissão Especial da Câmara entre 2 e 4 de maio, a pesquisa levantou que 71% dos brasileiros são contra. Questionados sobre os três pontos fundamentais da reforma, a rejeição chega a 87%, sendo os 40 anos de contribuição para receber o benefício total o ponto mais polêmico, com 83% contra, sendo que 60% citaram a regra e 23% todos os pontos da reforma.,
A despeito da baixa popularidade ou da insatisfação da classe trabalhadora demonstrada pela alta adesão à greve geral, aliados do governo dizem que esses impactos são muito baixos na aprovação das reformas, pois não se trata de um governo que se preocupe com popularidade e a satisfação da população, já que não quer se reeleger. “Não estamos preocupados com eleição. Temer não é candidato.”, disse o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).