De Washington para Lenin
Oi, Lenin Moreno, aqui é o Washington. Não se assuste, não. Aqui é o Washington do Brasil e não Washington dos Estados Unidos. Antes de tudo, parabéns pela bela vitória. Vitória que comemoramos aqui como se fosse nossa. E é, pois é a vitória de um governo que luta pelos pobres, como se sucedeu com o Lula e a Dilma aqui. Vitória que precede de um projeto de conquistas sociais empreendidas pelo Rafael Correa.
Mas, Lenin, abra os olhos, ponha a barba de molho, se precavenha. Como você ganhou de forma apertada do capital financeiro, de um banqueiro que não está acostumado a perder em sua rotina de vida, cuidado, muito cuidado. Ficamos sabendo aqui que ele saiu esperneando, feito um mau perdedor. E que ele já pôs o bloco dos descontentes na rua, berrando e quebrando tudo.
Aqui também, Lenin, tivemos um péssimo perdedor que levou o Brasil a uma derrocada política e econômica sem precedentes. É o tal de Aécio, o Mineirinho, assim conhecido por delatores, distribuidores de propinas. Aliás, perdeu muito pouco nesta vida, pois já nasceu em berço de ouro, mimado pelos avós, principalmente pelo avô Tancredo, político da velha política mineira. E ele se juntou com a turma do “farinha pouca meu pirão primeiro”, tirando dos pobres sem que boa parte da sociedade se apiede disso.
Pois é, Lenin, você deve estar acompanhando por aí que a coisa aqui está feia. Eles não se conformaram com a quarta derrota em eleições presidenciais, não se conformaram em ver pobre saindo da pobreza, viajando de avião como nunca, sendo beneficiado por projetos sociais de inclusão, colocando seus filhos em universidades públicas que antes era “propriedade” só dos que se acham riquinhos, mas que, na verdade são de uma classe média muito da metida a besta.
Mas, Lenin, os verdadeiramente ricos, para ficarem com todo o filão financeiro, colocaram estes que se acham riquinhos para ameaçar, tripudiar e sabotar o projeto social de Lula e Dilma. Aí, Lenin, deu no que deu, com uma suposta caça a corruptos convenceram o povo de que muitos dos que o ajudaram, tirando-o da linha de pobreza, eram…. corruptos. E com um congresso reacionário, tiraram na mão grande a Dilma do poder. Fizeram tudo isso sem um votinho do povo sequer. E daí destruíram a Petrobras e a cadeia produtiva em torno dela, as empreiteiras e o desemprego cresceu absurdamente.
Bom, Lenin, não quero aqui lhe aborrecer com nossos assuntos chatos, justo nesse momento em que você tem mais é que comemorar. De toda a forma, repito: se liga, Lenin. Eles podem fazer com vocês o que fizeram com a gente. Eles, você sabe quem. Aqueles lá, cuja capital leva o nome do meu xará. Por falar nisso, estou mal de xará, hein, Lenin? Enquanto você…
Mas Lenin, fosse vivo o seu grande homônimo, talvez também o alertasse: cuidado com o judiciário daí, pois foram os membros dos daqui que contribuíram muito para que chegássemos onde estamos: a beira do abismo político e econômico. Não foi Lenin que disse que “advogados, nem os do partido?” E se não deve acreditar em certos advogados e outros tantos do judiciário, fique ressabiado também com jornalistas. Êta, raça! A chamada grande imprensa do Equador pode ser tão golpista como a nossa daqui. Basta fazer parte ou ser amiguinha da elite.
E mais uma coisinha, Lenin, não sei quando será sua posse, mas se tiver um tempinho na agenda, dê uma chegadinha aqui, para contarmos direitinho o que houve e para você ficar esperto. Se não puder vir, ligue para o Lula e a Dilma e eles lhe contarão, tim-tim por tim-tim, o que se sucedeu aqui. O Rafael sabe.
Por fim, uma frase atribuída ao seu xará: “Os capitalistas chamam ‘liberdade’ à liberdade dos ricos de enriquecer e à dos operários para morrer de fome. Os capitalistas chamam liberdade de imprensa à compra dela pelos ricos, servindo-se da riqueza para fabricar e falsificar a opinião pública.”
Nada mais atual. Não é mesmo?
Abração, Lenin do Equador vitorioso, do Washington do Brasil golpeado.