No primeiro turno das eleições equatorianas ocorrido em 19 de fevereiro, o partido Alianza País (AP), do presidente Rafael Correa e do candidato a sua sucessão, Lenín Moreno, venceu. Moreno obteve 39,36% dos votos, deixando de levar no primeiro turno porque lhe faltaram 0,64% para alcançar 40% dos votos, uma vez que a diferença em relação ao segundo colocado, o banqueiro neoliberal, Guillermo Lasso, era superior a 10%. Na disputa para o Parlamento, o AP elegeu 74 deputados de um total de 137.

No segundo turno realizado, em 2 de abril, Moreno sagrou-se vitorioso frente a Lasso, por 51,1% contra 48,9%, uma diferença de aproximadamente 220.000 votos. A direita que apoiou Lasso, a exemplo do PSDB e seus aliados no Brasil em 2014, está pedindo a impugnação da eleição alegando fraude. Na verdade, também a exemplo do Brasil, é uma tentativa de golpe de Estado, contra o qual o Alianza País está se mobilizando.

A vitória de Lenín tem um significado especial, pois as forças conservadoras e de direita no continente esperavam que a eleição equatoriana fosse mais um momento de derrota para a esquerda e não foi, apesar de ele ter realizado sua campanha eleitoral em meio a uma queda de 1,6% do PIB em 2016, denúncias de corrupção envolvendo a Odebrecht e técnicos do governo e a oposição de setores sociais e de esquerda, que conflitaram com o presidente Correa ao longo de seus mandatos.

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