Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, o filme Eu, Daniel Blake tem como proposta apontar a precarização da classe trabalhadora britânica ante um Estado burocratizado e insensível. Note que o filme retrata a realidade de uma economia desenvolvida, a Inglaterra, mostrando que o problema em tela é comum a diversos países e não necessariamente associado a uma nação economicamente emergente.

No filme, Daniel Blake (Dave Johns), o protagonista, sofre um infarto e fica impedido de voltar ao trabalho de carpinteiro devido a sua debilidade física. Diante disso, empreende uma busca dramática pelo auxílio-doença – ao qual tem direito – por parte do governo inglês. Contudo, entra em uma verdadeira jornada, marcada por uma burocracia injusta, automatizada, excludente e outros diversos constrangimentos para obter o beneficio do departamento de Segurança Social britânico. É obrigado a buscar  ofertas de trabalho que ele é obrigado a rejeitar devido a seu delicado estado de saúde.

Durante uma espera na repartição da Segurança Social, Daniel Blake conhece Katie (Hayley Squires), uma mãe solteira com dois filhos que chega a Newcatle com uma mão na frente e outra atrás e é outra vítima da formidável teia da burocracia britânica, que multiplica obstáculos no caminho de quem requer benefícios sociais. Juntos, passam a se ajudar, explicitando injustiças sociais impostas aos pobres pelo capitalismo.

Título original: I, Daniel Blake
Direção: Ken Loach
Elenco: Dave Johns, Hayley Squires, Dylan McKiernan

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