Por Metalúrgicos ABC.

Hoje, a partir das 20h30, a TV dos Trabalhadores, a TVT, inicia a transmissão de Chão de Fábrica – A história do Novo Sindicalismo, série de 13 episódios. (Confira no quadro)

A Tribuna entrevistou com exclusividade o diretor da série Renato Tapajós. Ele também dirigiu “Linha de Montagem”, filme que conta a história das greves de 1979 e 1980.

TVT: série conta em 13 episódios a história do Novo Sindicalismo no Brasil

Tribuna Metalúrgica – Por que resgatar a história sobre o Novo Sindicalismo hoje, em um cenário pós-golpe?

Renato Tapajós – Em 1980, eu fiz o “Linha de Montagem”, que além de marcar o surgimento do Lula como personagem da política brasileira, também marcou o surgimento do Novo Sindicalismo. Sempre tive vontade, depois que o Lula foi para a presidência, de produzir um filme que contasse essa história. Esclarecer como as transformações que aconteceram no capitalismo refletiram no sindicalismo. A oportunidade apareceu em 2014 para fazer uma série com a verba do Fundo Setorial do Audiovisual, que destina recursos para canais de televisão que produzem séries, no nosso caso o canal foi a TVT.

TM – Chão de Fábrica pode ser considerado uma continu­ação de Linha de Montagem? Por que?
RT – Pode, porque a série conta tudo o que aconteceu depois.

TM – Por que foi pensado o modelo de série? É uma forma de atrair um público mais jovem?
RT – A ideia inicial era fazer um filme, mas hoje em dia é possível perceber que a série divulgada na televisão terá um público mais amplo. Também precisamos considerar a internet, que torna a série acessível aos jovens. É muito mais fácil a pessoa parar para assistir um episódio de 26 minutos do que um longa de 1h40. O fato da série ter 13 episódios dá a oportunidade de aprofundar o debate sobre o Novo Sindicalismo.

TM – Você participou da luta armada na época da ditadura. Ao fazer documentários, você sente que a câmera é uma arma que pode atingir a consciência?
RT – Sem dúvida. Desde que eu comecei a fazer cinema, todos os meus filmes têm denúncias e investigações relacionadas com os movimentos políticos e sociais. O primeiro documentário que fiz, “Vila da Barca”, foi de uma favela chamada Palafita, que funcionava em Belém do Pará e trata das dificuldades enfrentadas pelos moradores.

TM – Como foi voltar a falar sobre o ABC após 30 anos? Para você qual a principal diferença do olhar documental sobre o Novo Sindicalismo em 1980 e em 2017?
RT – Foi emocionalmente interessante, pois voltei aos lugares que tinha visitado e conver-sei com pessoas que eu tinha conversado. Também percebi as transformações sociais. As mudanças que ocorreram com as pessoas e com o próprio movimento sindical, atingido por mudanças no sistema capitalista. Em 1980, a elite dominante era a industrial e o modelo de produção predominante era o Fordismo. Agora a elite é a financeira e o modo de produção dominante é o Toyotismo. Os sindicatos hoje em dia lidam com uma base social diferente.

TM – Como diretor qual a diferença de produzir um documentário sobre sindicalismo sem se preocupar com a censura como em 1980?
RT – Se tratando da realização, mesmo naquela época eu nunca me preocupei com a censura. Eu fazia filme do jeito que eu achava que tinha que fazer. Na primeira exibição de “Linha de Montagem”, que aconteceu no Sindicato, a polícia baixou e queria levar o filme. Só não levou porque tinha mais de dois mil sindicalistas que não permitiram. Hoje, teremos uma série que vai passar numa televisão que é gerida pelos trabalhadores e isso é muito diferente, é uma outra realidade. Estou com um certo medo que esse governo golpista dificulte as coisas, mas por enquanto temos liberdade.

EPISÓDIO 1
As Grandes Greves

EPISÓDIO 2
O Velho Sindicalismo

EPISÓDIO 3
O Novo Sindicalismo se Organiza

EPISÓDIO 4
Os Anos de Ouro do Sindicalismo

EPISÓDIO 5
O Neoliberalismo

EPISÓDIO 6
Reestruturação Produtiva

EPISÓDIO 7
O Avanço Neoliberal

EPISÓDIO 8
Resistência

EPISÓDIO 9
O Grande Pacto

EPISÓDIO 10
A Retomada

EPISÓDIO 11
O Brasil Cresce

EPISÓDIO 12
Sindicalismo Rural

EPISÓDIO 13
O Presente e o Futuro

Acompanhe a transmissão do primeiro episódio, hoje, às 20h30, ao vivo pela TVT, sintonize: CANAL 8.1 HD (Grande SP); CANAL 46 ANALÓGICO (Alto do Tietê); CANAL 12 NET (ABC);Site e Facebook do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

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