Jornais internacionais destacam “Fora Temer” como hit do Carnaval
Da Redação da Agência PT de Notícias
Os jornais americanos “San Francisco Chronicle” e “The Guardian” ; o “Pagina 12“, da Argentina, e a rede de televisão multi-estatal, “TeleSUR“, repercutiram as manifestações contra o presidente golpista Michel Temer durante o carnaval brasileiro.
Ao publicar uma matéria da Associated Press, o jornal “San Francisco Chronicle” reforça que os foliões brasileiros canalizam, no carnaval, a raiva ao presidente golpista.
“Milhares de pessoas se apresentam em todo o país desde sexta-feira com camisas, faixas e máscaras exigindo a saída do presidente conservador Michel Temer, que em agosto substituiu sua antecessora de centro-esquerda Dilma Rousseff”, diz a nota.
“Alguns usam camisetas simples estampadas com “ Fora Temer!” Outros são mais brincalhões. Os cânticos de zombaria de “Tchau, querida”, que acompanharam a expulsão de Rousseff, agora encontram uma réplica com camisas implorando: “Volte, querida!” Um homem que usava uma máscara de Temer em uma festa de rua vestiu-se com enfeites de Natal, divertindo-se com um político que uma vez descreveu seu papel como “decorativo”.
Já o “Página 12” diz que o “Fora Temer” virou hit da folia no Brasil.”Com a popularidade abaixo de 10%, e os escândalos que batem a porta de seu escritório, Michel Temer, que nos próximos dias pode perder seu chefe de gabinete, certamente não vai ser encorajado a cumprimentar o público em carnavais”, diz o jornal.
O americano “The Guardian” afirmou que o tradicional carnaval brasileiro esteve mais político este ano, com organizadores e foliões combatendo sexismo, homofobia, Donald Trump e o impeachment de Dilma. “Uma festa na sexta-feira foi chamada de ‘Fora Temer’, ecoando o grito de guerra da esquerda”.
“Milhares de brasileiros aproveitaram o Carnaval como uma oportunidade para protestar contra o Presidente não eleito, Michel Temer, e em defesa da Presidenta deposta Dilma Rousseff, como parte das grandes festas e desfiles em diversas cidades”, diz artigo publicado pela TeleSUR, que também ressalta a participação de artistas como Caetano Veloso e a banda BaianaSystem nos protestos.
Leia a matéria da Associated Press traduzida:
“A exuberante celebração do Carnaval está dando aos esquerdistas maltratados do Brasil um palco para exalar suas frustrações – mesmo curtindo muito – depois de um ano em que viram seu afastamento do poder e as conquistas econômicas de uma década solapadas por uma crise persistente.
Milhares de pessoas se apresentam em todo o país desde sexta-feira com camisas, faixas e máscaras exigindo a saída do presidente conservador Michel Temer, que em agosto substituiu sua antecessora de centro-esquerda Dilma Rousseff.
Alguns usam camisetas simples estampadas com “Fora Temer!” Outros são mais brincalhões. Os cânticos de zombaria de “Tchau, querida”, que acompanharam a expulsão de Rousseff, agora encontram uma réplica com camisas implorando: “Volte, querida!” Um homem que usava uma máscara de Temer em uma festa de rua vestiu-se com enfeites de Natal, divertindo-se com um político que uma vez descreveu seu papel como “decorativo”.
“Essa é nossa vingança contra o homem que roubou nosso governo”, disse a professora aposentada Silvia Barros, de 72 anos.
Membro do Partido dos Trabalhadores, ela preparou banners anti-Temer no Rio, um tradicional ponto de encontro para os eleitores de esquerda. “Golpistas, fascistas, não passarão!”, diz um cartaz.
“As pessoas precisam saber que ele está lá apenas para anular nossos direitos e nossa democracia”, disse ela.
O economista de 25 anos Rodrigo Socrates disse que o Carnaval é um “alívio antes do ano piorar para sempre”.
“Nós estávamos na defensiva por um longo tempo. Dilma não era uma boa presidente e era embaraçoso ficar contra ela”, disse ele. “Agora podemos dizer o que queremos: os direitistas estão quietos agora”.
A esquerda do Brasil estava em ascensão desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003, que protagonizou um boom econômico mesclado com políticas sociais que elevaram o padrão de vida de milhões de pessoas.
Mas o boom terminou sob sua sucessora. Em meio à queda dos padrões de vida, ao aumento do desemprego e ao aumento da dívida pessoal, o clima político se agravou ainda mais com as revelações de um mar de corrupção centrado na empresa petrolífera estatal que afogou políticos à esquerda, à direita e no centro.
Isso é alimentado com um poderoso humor anti-político em todo o país. Embora Rousseff fosse profundamente impopular quando foi destituída pelo Congresso por violações na lei do orçamento, Temer é igualmente desprezado nas ruas, mesmo com o apoio de parlamentares.
Temer estava passando o Carnaval em uma base naval no nordeste da Bahia, não muito longe de alguns dos maiores protestos contra ele.
Em um show no sábado à noite em Salvador, milhares de pessoas cantavam contra o presidente, enquanto o vencedor do Grammy Caetano Veloso falava para a multidão: ”Isso é tão bonito”.”