Ano 5 – nº 411 – 27 de fevereiro de 2017

Recuperação da economia ainda é incerta

Dados referentes à atividade economia são divulgados com certo atraso pelo Banco Central (BC), portanto não há dados para 2017 ainda. Desta forma, segundo informações recentes mensuradas pelo IBC-Br, indicador que serve como uma espécie de prévia do PIB calculado pelo BC, a atividade econômica fechou 2016 bem abaixo do esperado, com queda de 4,34%. Após leve alta de 0,10% em novembro, o indicador mostrou queda de 0,26% em dezembro. Em uma análise trimestral, no quarto trimestre, a queda da atividade foi de 0,36% sobre o trimestre anterior. O resultado de 2016 foi ainda pior que a retração de 4,28% de 2015.

Assim, é difícil traçar uma perspectiva clara sobre uma recuperação em 2017. As expectativas ainda estão nebulosas. Dados do nível de atividade não revelam uma trajetória clara. Informações de comércio exterior até janeiro de 2017 revelam que o superávit da balança comercial é fruto ainda da forte retração das importações e da recessão, além de uma clara dependência do setor de commodities. Quanto à indústria, a alta capacidade ociosa e o endividamento do setor privado não ensejam recuperação do investimento no curto prazo. No que tange à inflação e à politica monetária, a desaceleração do aumento dos preços aufere mais relaxamento da política monetária, logo, uma maior cooperação do Banco Central para a retomada da economia. Caberá aguardar os dados dos próximos meses para verificar a consolidação de alguma tendência, particularmente a reação da economia com a perspectiva de queda da taxa de juros. Enquanto isso não ocorrer, o desemprego e compressão da renda continuarão a se fazer presentes da vida dos trabalhadores.

* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade de seu autor,
não representando necessariamente a visão da FPA ou de seus dirigentes.
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