Pesquisa CNT/MDA mostra alta rejeição de Temer e força de Lula
A pesquisa realizada pelo Instituto MDA de 8 a 11 de fevereiro e divulgada no dia 15, em parceria com a Confederação Nacional dos Transportes, traz novos dados sobre a avaliação de Michel Temer perante a opinião pública, além de simulações das próximas eleições presidenciais.
De acordo com o instituto, o governo golpista tem avaliação negativa de 44%, positiva de 10% e regular de 39%. Comparados à última pesquisa realizada pelo mesmo instituto, em outubro de 2016, os dados apontam um crescimento de sete pontos na avaliação negativa. Naquele momento, cerca de 13% não sabiam avaliar o governo, número que diminuiu para 7%, o que demonstra que, com mais tempo de administração e a apresentação das propostas que pretendem fazer o Brasil regredir, as pessoas tendem a ficar mais insatisfeitas. Quando questionados sobre o desempenho pessoal de Temer, 62% o desaprovaram, e apenas 24% tinham opinião favorável.
De acordo com a pesquisa, o pessimismo do povo com a economia e com o futuro também aumentou. A expectativa para a situação do emprego, por exemplo, é que ficará igual ou pior para dois terços da população, isto é, 67%. Na última pesquisa, eram 64% os que pensavam assim. Já a expectativa de piora ou manutenção da situação da renda pessoal aumentou de 71% para 73%.
Com tais perspectivas realistas de piora da situação do país, respondidas pelo governo golpista com cada vez mais cortes de direitos e ataques às condições materiais do povo, a lembrança do legado petista permanece forte e como principal alternativa aos golpistas em uma próxima eleição. Quando perguntado sobre em quem votariam para presidente da República caso as eleições fossem hoje, 17% das pessoas mencionaram espontaneamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um aumento de cinco pontos percentuais em relação à última pesquisa. Nas perguntas estimuladas, isto é, nas quais uma lista de opções é apresentada ao entrevistado, Lula lidera em todos os cenários de primeiro e segundo turno, com folga. No primeiro cenário, que inclui Lula, Marina, Bolsonaro, Aécio, Ciro Gomes e Michel Temer, o ex-presidente aparece com 31%, enquanto Marina, a segunda colocada, aparece com 12%. Aécio, derrotado nas eleições de 2014, ficaria em 4º lugar (10%), atrás do deputado Jair Bolsonaro, que apareceu com 11% das menções. Em outro cenário, que substitui o nome de Aécio por outro tucano, Geraldo Alckmin, a ordem permaneceu a mesma, e o ex-governador teria apenas 9% dos votos. Nos cenários de segundo-turno, Lula abriu larga vantagem: Contra Aécio, 40% a 28%. Já, contra Marina, 39% a 27%. Por fim, Lula venceria Temer com 43% a 19%.
A perda de protagonismo do PSDB no campo da direita para Bolsonaro demonstra que a ofensiva golpista e antidemocrática, liderada pelo primeiro ao não aceitar a derrota nas eleições de 2014, ampliou a polarização e radicalizou as opiniões, abrindo um espaço perigoso para que ultraconservadores que se posicionam mais à direita que os tucanos, como o defensor de torturadores, tenham destaque.
A evidente liderança política de Lula demonstra que sua figura consegue se fortalecer em meio à perseguição político-midiática e ao lawfare praticados contra o ex-presidente. Também aponta que um reconhecimento da melhoria vivida durante os dois mandatos do ex-presidente aliado a um componente de saudade de tais boas condições do país devem ser fatores relevantes para a disputa presidencial em 2018, como apontou pesquisa qualitativa feita pela Ideia Inteligência para o jornal Valor Econômico, divulgada no dia 13 de fevereiro. No entanto, é esperado que tal evidência do tamanho da força que Lula possui faça o plano de impedir sua candidatura ser intensificado, dando sequência ao golpe.
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