Ano 5 – nº 408 – 13 de janeiro de 2017

Inflação em janeiro vem abaixo do esperado

Dados do IBGE mostram que índice de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA), considerado para mensurar a inflação oficial do país, ficou em 0,38% no primeiro mês de 2017. O resultado veio abaixo do esperado e é considerado o mais baixo para janeiro da série histórica. No ano passado, para o mesmo mês, o índice havia registrado 1,27%. Em uma analise dos últimos 12 meses, a inflação aprestou desaceleração de 6,29% para 5,35%. A forte melhora indica que os choques referentes ao câmbio, preços administrados e de alimentos de 2015 foram superados. Em parte devido à natureza deste tipo de inflação e em parte pela forte recessão da economia.

A despeito de baixa, a inflação quando comparada ao mês anterior apresentou aceleração em 6 dos 9 grupos que compõem o indicador. São estes, (i) Alimentação e Bebidas; (ii) Habitação; (iii) Artigos de Residência; (iv) Despesas Pessoais; (v) Comunicação e; (vi) Educação. Por outro lado, os 3 grupos que apresentaram uma variação menor em relação ao mês anterior foram: (i) Vestuário; (ii) Transportes e; (iii) Despesas Pessoais. As maiores contribuições à inflação do mês foram dadas por pelas tarifas de (i) ônibus urbano (0,07p.p.) e ônibus intermunicipal (0,03p.p.); (ii) alta do preço dos combustíveis, gasolina (0,03p.p.) e etanol (0,03p.p.); (iii) Planos de Saúde (0,04p.p.) e Emprego Doméstico (0,02p.p.).

Com a recessão econômica no país e a queda da Selic, as projeções para a inflação este ano vêm se aproximando do centro da meta de 4,5%. O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, argumenta que tal resultado é fruto de uma política monetária efetiva em conter a inflação e ancorar as expectativas. Desta afirmação desconsidera qualquer visão mais crível sobre as reais razões por detrás do arrefecimento da inflação. Não compreende o impacto da desvalorização de cerca de 28% do câmbio nos preços. Mais do que isso, deixa de lado o efeito da recessão sobre a inflação. O custo econômico e social de uma política monetária extremamente restritiva não foi baixo. Mas cabe esperar que com uma inflação mais baixa, o Banco Central possa agora cooperar com a retomada da economia.

* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade de seu autor,
não representando necessariamente a visão da FPA ou de seus dirigentes.

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