Emenda que congela os gastos públicos por vinte anos e diversas outras medidas do governo golpista prejudicarão os mais pobres e vulneráveis. Essa é a avaliação publicada no The New York Times

A emenda que congela os gastos públicos por vinte anos e diversas outras medidas do governo de Michel Temer prejudicarão os cidadãos mais pobres e vulneráveis do Brasil por décadas. Essa é a avaliação da colunista Vanessa Barbara, publicada na edição de quinta-feira (5) do jornal norte-americano The New York Times.

A colunista inicia o texto afirmando que “o fim do mundo já chegou ao Brasil” e faz uma lista de medidas tomadas pela equipe do presidente usurpador que prejudicará diretamente as populações pobre e de classe média brasileiras.

Além do congelamento de gastos, Barbara destacou outras “medidas neoliberais que estão sendo adotadas por Temer”. Entre elas, a reforma da Previdência, o ampliamento da terceirização e a possível entrada em vigor do negociado sobre o legislado.

O negociado sobre o legislado permite ao empregador “combinar” com o empregado a retirada de uma série de direitos trabalhistas e implementar jornada de trabalho de 12 horas e tempo de almoço e férias menores, por exemplo.

A população está saindo às ruas, diz a colunista, para expressar a insatisfação com as medidas impopulares de Temer e estudantes secundaristas ocuparam ao menos mil escolas em protesto. “Mas, como é comum, a população enfrentou gás lacrimogêneo e policiais montados”, explica o texto.

O jornal afirmou que as medidas de Temer vão contra as propostas da presidenta eleita, Dilma Rousseff, consagradas nas urnas em 2014.

“Deve ser motivo de preocupação que Temer possa realizar tantas reformas, especialmente considerando que a maioria delas, incluindo o limite do orçamento, ir contra a agenda da pessoa que – ao contrário de Temer – realmente ganhou a eleição presidencial mais recente”.

The New York Times lembrou que as críticas ao governo não vêm apenas de pessoas ligadas à esquerda e destacou a frase do relator especial das Nações Unidas sobre Pobreza Extrema e Direitos Humanos, Philip Alston. Ele havia afirmado que o congelamento dos recursos por vinte anos “coloca toda uma geração em risco”.

“O que parece ser exatamente onde Temer e seus aliados esperam que o brasileiro esteja”, diz o periódico nova-iorquino.

Por fim, Barbara explicou que a administração de Temer é “profundamente impopular”. Mas afirmou, também, que uma série de entidades que detém o poder político e econômico no Brasil apoiam o governo: Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e do Rio do Janeiro (Firjan), Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Organização Mundial do Comércio e muitos dos mais altos executivos do País, entre outras.

“Para alguns brasileiros, pelo menos, o fim do mundo é o começo de uma oportunidade de ouro”.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do The New York Times

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