Doação para as últimas campanhas dos ministros da Saúde e Educação
Diversos especialistas têm apontado o espaço à privatização dos direitos sociais aberto com a aprovação da PEC 55 (antiga 241). Com recursos públicos limitados para Saúde e Educação, crescem as possibilidades para o setor privado.
Na Saúde e Educação, o setor privado tem ganhado evidente espaço no governo golpista. Um exemplo das ligações entre os atuais ministros da Saúde e Educação é facilmente percebido ao se analisar as doações das últimas campanhas de ambos.
Dados da campanha de Mendonça Filho (DEM) a deputado federal mostram que a Devry Educacional do Brasil SA doou R$ 30 mil em 2014 ao partido/comitê do então candidato, que viria a se tornar ministro da Educação no governo golpista. A Devry Educacional é uma multinacional com sede em Chicago, que entrou no Brasil em 2009. Em 2015, a Devry passou a controlar o Ibmec.
Já os dados da campanha de Ricardo Barros (PP) – hoje ministro da Saúde no governo golpista – a deputado federal em 2014 mostram uma doação de R$ 100 mil de Elon Gomes de Almeida, diretamente ao candidato. Elon, o maior doador individual da campanha de Barros, é sócio do Grupo Aliança, administradora de benefícios de saúde. O ministro é um grande defensor de “planos populares de saúde” para “desonerar” o SUS.
Ainda, a agenda do secretário da Previdência, Marcelo Caetano, é dominada por compromissos com o mercado financeiro, mostrando também o espaço dado ao mesmo dentro do governo e na elaboração da reforma da Previdência. É importante ainda lembrar o estímulo que a discussão sobre a reforma previdenciária dá a planos de previdência privada, com o medo dos brasileiros de não poderem se aposentar pela Previdência Social antes de morrer.
Assim, não é exagero afirmar que o governo golpista, por suas ligações com grandes empresas em diversos âmbitos, tem aberto espaço a interesses privados e à privatização de direitos sociais, em detrimento dos interesses de milhões de brasileiros. |