Efeitos da flexibilização da jornada na vida do trabalhador
Nesse momento de crise econômica e piora dos índices do mercado de trabalho tem sido discutida a maior flexibilização das leis trabalhistas como forma de gerar empregos. Em especial, formula-se a proposta de alterar os arranjos da jornada de trabalho no Brasil.
No entanto, diversos estudos apontam os riscos para a saúde física, mental e para a vida familiar dos trabalhadores e trabalhadoras com jornada flexível, tais como:
– Pouco tempo para lazer e descanso;
– Desorganização do tempo familiar;
– Redução da qualidade de vida;
– Piora na performance;
– Fadiga crônica para trabalhadores em turnos;
– Stress, Síndrome de Burnout (doença de esgotamento profissional), desordens musculoesqueléticas, absenteísmo, acidentes, entre outras doenças físicas e mentais;
– Déficit de sono, sonolência durante e após trabalho, desordens biológicas, aumento de acidentes;
– Estilo de vida nocivo: fumo, consumo de álcool, hábitos sedentários e má alimentação;
– Interrupção do ritmo circadiano relacionado a câncer, úlceras, doenças metabólicas, doenças coronárias, alterações no ciclo menstrual, nascimentos prematuros, alterações no sono, depressão e ainda, doenças cardiovasculares, doenças gastrointestinais e alterações mentais.
A discussão, portanto, da flexibilização da jornada de trabalho não pode ser feita sem um debate sobre os impactos que a mesma gera para a classe trabalhadora e para o modelo de sociedade que queremos ter.
Horários flexíveis por vezes submetem o trabalhador a arranjos que não lhe convém e não lhe permitem programar com antecedência seus compromissos ou conciliar o trabalho com a vida familiar. E ainda evitam a contratação de novos trabalhadores. |