Contas externas têm déficit de US$ 465 milhões
Dados divulgados pelo Banco Central (BC) mostram que, em agosto, o saldo em Conta Corrente do Brasil foi negativo em US$ 465 milhões. O déficit acumulado em doze meses caiu de US$ 25,836 bilhões para US$ US$ 23,251 bilhões. Como porcentagem do PIB em doze meses, o déficit representa 1,31%. Em setembro de 2015, o déficit foi de US$ 3,050 bilhões.
As transações correntes ou contas externas são compostas pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior), e é um dos principais meios para avaliar o setor externo brasileiro.
O resultado deficitário se explica, por um lado, pelo saldo negativo de US$ 2,602 bilhões na balança de serviços e de US$ 1,656 bilhões na conta de renda primária. E, por outro lado, pelo saldo positivo da balança comercial em US$ 3,603 bilhões no mês. O saldo da balança comercial, em uma ótica acumulado dos 12 meses, registrou aumento de US$ 41,985 bilhões para US$ 42,937 bilhões.
Uma análise do saldo comercial mostra que este tem sido pautado pela moeda menos valorizada (ainda que com menos vigor quando comparado com meses anteriores), pela recessão doméstica e da fragilidade global. A crise econômica reduziu as importações e forçou as empresas a tentar buscar mercados externos.
Tal efeito não foi mais exitoso, sobretudo, devido a forte volatilidade cambial. Dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) revelam que o saldo da balança comercial da indústria de transformação se cristalizou em um déficit de US$ 29,9 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2015 e de US$ 3,6 bilhões em igual período de 2016 (-87,8%). Deste saldo, as importações de produtos manufaturados somaram US$ 118,9 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2015 e US$ 93,2 bilhões em igual período de 2016 (-21,6%). Já as exportações de manufaturados atingiu US$ 88,9 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2015 e US$ 89,5 bilhões em igual período de 2016 (+0,7%). A recuperação da economia via expansão do setor industrial brasileiro e das exportações aguarda um posicionamento em favor do mesmo, ou seja, a redução mais expressiva das taxas de juros e controle tanto do patamar quanto da volatilidade cambial.
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