Em comparação com o mês anterior, a alta da dívida pública foi de 3,1%, alcançando R$ 3,047 trilhões

Notas FPA - Conjuntura Econômica 400

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Ano 4 – nº 400 – 26 de outubro de 2016

Dívida pública federal atinge R$ 3,047 trilhões

Como informado pelo Tesouro Nacional, a dívida pública federal em setembro rompeu pela primeira vez a barreira de R$ 3 trilhões. Em comparação com o mês anterior (quando a dívida havia atingido R$ 2,95 trilhões), a alta foi de 3,1%, alcançando R$ 3,047 trilhões.

O que tem justificado tal aumento? Dados revelam que a alta está relacionada com a emissão líquida, isto é, colocação de títulos públicos no mercado acima do valor gasto com pagamento de títulos vencidos, além das despesas com juros. Em números, as emissões de títulos públicos somaram R$ 78,34 bilhões. Já o gasto com os títulos vencidos totalizou R$ 16,36 bilhões. O resultado desta diferença são os R$ 62 bilhões referentes ao aumento da dívida apenas oriundo da colocação de títulos a mercado. No que tange o aumento da dívida fruto das despesas com juros, esta também foi expressiva. A taxa de juros muito acima do aceitável para uma economia em recuperação tem onerado significativamente a dívida pública. No mês passado a despesa com juros foi de R$ 29,74 bilhões – que contribuiu para elevar a dívida na mesma proporção.

A dificuldade de retomada da economia tem se concretizado por medidas procíclicas do governo. Neste momento, para o equilíbrio das contas públicas, urge a necessidade de se reduzirem as taxas de juros com maior celeridade. No curto prazo, tal medida diminuiria a despesa com juros e poderia, ainda, aumentar a arrecadação advinda da recuperação da economia. A recente tímida redução das taxas de juros não contribui para este fim, uma vez que o atual patamar ainda impacta fortemente a despesa com juros e o endividamento das empresas solapadas pela crise.

* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade de seu autor,
não representando necessariamente a visão da FPA ou de seus dirigentes.
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