Com apenas 11% de avaliação positiva, Temer manteve sua baixa popularidade, segundo a pesquisa CUT-Vox Populi

Notas FPA Política e Opinião Pública 29

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Ano 1 – nº 29 – 19 de outubro de 2016

PEC 241 é rejeitada pela maioria da população brasileira

Com apenas 11% de avaliação positiva, Temer manteve sua baixa popularidade, segundo a pesquisa CUT-Vox Populi, realizada entre 9 e 13 de outubro. Cerca de um terço da população (34%) considera seu desempenho negativo, mantendo a taxa inalterada desde maio de 2016. Cresce a taxa de regular, de 33% para 40%, principalmente devido à redução da taxa dos que não souberam opinar (de 21% em junho, para os atuais 15%).

A pior avaliação do desempenho de Temer está na região Nordeste, onde 46% o avaliam negativamente, e também na população de renda mais baixa (37%, com renda inferior a dois salários mínimos). A avaliação positiva não varia para além da margem de erro, e oscila entre 8% e 12% nas regiões do Brasil. O mesmo se observa em relação à variação de renda familiar.

As opiniões quanto ao futuro do Brasil se dividem: um terço acredita que no governo Temer o Brasil vai ficar melhor do que está e o mesmo percentual acredita que vai piorar (33%). Outros 25% acreditam que não vai mudar. A expectativa negativa é maior no Nordeste, onde chega a 50%, e a mais positiva no Norte e Centro-Oeste, onde chega a 40%.

As principais medidas anunciadas pelo governo Temer, como o aumento da idade mínima para aposentadoria para 65 anos e o congelamento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos, são desaprovadas por ampla maioria da população; 80% discordam que a idade mínima para a aposentadoria deva aumentar para 65 anos, medida que prejudica principalmente os trabalhadores mais pobres, que começam a trabalhar mais cedo, contra 15% que concordam.

A PEC 241 é rejeitada por 70% da população. Concordam com a aprovação da medida 19%; 6% são indiferentes – não concordam nem discordam; e 5% não sabem, não responderam ou não têm opinião formada. A PEC é a principal medida anunciada pelo governo, que congela os gastos públicos nos próximos vinte anos, com reposição apenas dos índices de inflação, o que impedirá o aumento de investimentos em saúde, educação e assistência social, áreas já deficitárias no país.

A pesquisa também levanta intenções de voto se as eleições para presidente fossem hoje. Em resposta espontânea, sem indicação de nenhum candidato, Lula é o nome mais citado, por 28% da população.  Em resposta estimulada, Lula recebe 35% das intenções de voto, quando o adversário peessedebista é Geraldo Alckmin (12%), e Marina recebe 13%. Quando o candidato tucano é Aécio Neves, Lula aparece com 34% das preferências, contra 15% de Aécio e 11% de Marina Silva.

Apesar dos inúmeros ataques a Lula, seu indiciamento sem provas e a aceitação de sua condição como réu pelo Juiz da Lava-Jato, as intenções de voto em Lula para presidente nas próximas eleições aumentaram cinco pontos (de 29% em junho, para atuais 34%), enquanto as de Marina Silva recuaram sete (de 18% para 11%) e as de Aécio se mantiveram estáveis (16% e 15%, respectivamente).

* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade de sua autora,
não representando necessariamente a visão da FPA ou de seus dirigentes.

 
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