Tucano com plumagem de magistrado aceitou a denúncia contra Lula. Ex-presidente estará nas mãos da República de Curitiba

Por: Lúcio Costa, publicado originalmente no site Crônicas do Sul

Até as pedras sabem como, o demonstraram os insuspeitos editoriais da Folha de São Paulodops1 e os comentários de Reinaldo Azevedo, que a denúncia dos promotores da chamada República de Curitiba contra Lula não passou de uma jogada publicitária feita sob medida para caluniar e difamar o ex-presidente ante o povo brasileiro.

Fosse num escritório de advocacia o estagiário (a) que tivesse redigido o libelo apresentado por Deltan teria poucas chances de permanecer na banca dada a evidente falta de cultura jurídica e, para não esquecer, do mínimo de bom senso que se espera de um causídico (a).

No entanto, ainda assim hoje fomos informados que Moro, um tucano com plumagem de magistrado, aceitou a denúncia contra Lula, ou seja, daqui para frente o ex-presidente estará nas mãos da República de Curitiba.

Diante disso Lula divulgou nota ( integra abaixo) na qual, sem rodeios, afirmou que:

O povo brasileiro e a comunidade internacional sabem que estamos diante de um processo de cartas marcadas, com o claro objetivo de excluir da vida política o maior líder popular e o melhor presidente da História do Brasil.

Para Lula, o objetivo é impedi-lo de concorrer à presidência em 2018; o texto diz ainda que nada foi encontrado que relacione Lula a desvios na Petrobras e que Moro seria “um julgador notoriamente faccioso”.

Não bastasse o teor patético da denúncia, não bastasse um juiz sabidamente parcial ter aceito o estrupício jurídico produzido por mentes perturbadas como denúncia há de marcar o tempo no qual se deu a transformação de Lula em réu da Lava Jato.

Estamos a 12 dias das eleições. Assim, novamente, com a precisão de um relógio suíço, as denúncias e indiciamentos da Lava Jato foram sincronizados com a agenda política nacional. Aguardemos agora os vazamentos seletivos e as igualmente seletivas prisões.

Aos incautos é de chamar a atenção que a Republica de Curitiba com Moro e sua trupe de fanáticos não são a República do Galeão de Lacerda aos tempos do presidente Vargas.

Moro e seus asseclas muito mais que uma turba de ultradireita como eram o Corvo e os militares da aeronáutica que o cercavam nos anos 50 do século XX são, com a cobertura das empresas proprietárias dos grandes meios de comunicação social, a presença rediviva entre nós do tristemente celebre DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) com todas as suas perseguições, prisões e atestados ideológicos.

Como o DOPS Moro, sob a batuta de terceiros, a pretexto da legalidade – a qual, diga-se de passagem, por ele é sistematicamente violada – tomou a si a missão de espionar e promover um verdadeira a caçada a malta  lulopetista que, para seus fanáticos, há de ser escorraçada da vida política nacional, jogada às prisões para que o povo possa ser posto novamente a soga e  devolvido à senzala.

O Estado Democrático de Direito foi sepultado pelas mãos de Temer, de um congresso que em sua maioria não passa de uma chusma conservadora, uma alcateia de entreguistas e, de um STF comprometido ou, na melhor das hipóteses, acovardado ante a constituição de um estado de exceção feito sob medida aos interesses das oligarquias e do capital forâneo em sepultar a CLT e por as garras no pré-sal.

Não nos iludamos, daqui a 12 dias iremos as urnas, mas o Estado Democrático de Direito não mais existe, a Constituição da República de 1988 foi rasgada e é cotidianamente pisoteada enquanto os golpistas erguem um estado policial.A realização e a aceitação da denúncia contra Lula somadas as balas disparadas pela polícia militar por todo o Brasil em direção as gentes que protestam contra o golpe são disso prova e resultante.

Daí porque, não se trata- salvo aos cretinos ou, aos cúmplices do golpe – de se ater as eleições presidenciais de 2018, mas de organizar a resistência democrática, de dar o bom combate por eleições diretas já.

O DOPS voltou! Resistiremos!
Leia, abaixo, a íntegra da Nota de Lula:

Ao aceitar a denúncia inepta da Força Tarefa da Lava Jato contra o ex-presidente Lula, o juiz Sergio Moro confirmou sua parcialidade em relação a Lula, que já foi denunciada ao Supremo Tribunal Federal e à Corte Internacional de Direitos Humanos da ONU. Moro simplesmente deu prosseguimento ao espetáculo de perseguição política iniciado pelos procuradores semana passada.

O mundo jurídico brasileiro sabe que a denúncia da Força Tarefa tem caráter eminentemente político, sendo o resultado de uma série de arbitrariedades e violações de direitos – como a condução ilegal de Lula para prestar depoimento, a violação e divulgação de telefonemas do ex-presidente e até de seus advogados, a invasão de sua casa, das casas de seus filhos e de diretores do Instituto Lula.

Após dois anos de investigações, envolvendo 300 agentes do Ministério Público, da Polícia Federal e da Receita Federal, nada foi encontrado para relacionar Lula aos desvios na Petrobrás. Nenhuma conta secreta, no Brasil ou no exterior; nenhuma empresa de fachada; nenhum pagamento ilegal, direto ou indireto.

Tudo o que restou à Força Tarefa foram hipóteses e “convicções” em torno de um imóvel que não é e nunca foi de Lula, além do custeio da armazenagem do acervo de documentos reunidos em seu período de governo. Sobre essa base inconsistente foi apresentada uma denúncia inverossímil e insustentável no Direito Penal, acolhida por um julgador notoriamente faccioso em relação a Lula.

O povo brasileiro e a comunidade internacional sabem que Lula é vítima de perseguição, de uma verdadeira caçada judicial, largamente apoiada pela grande mídia brasileira, com objetivos políticos indisfarçáveis. Uma perseguição que não poupa sequer dona Marisa Letícia.

O povo brasileiro e a comunidade internacional sabem que estamos diante de um processo de cartas marcadas, com o claro objetivo de excluir da vida política o maior líder popular e o melhor presidente da História do Brasil.

 

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