Geração de riquezas e desigualdade de renda
1. A evolução do Produto Interno Bruto per capita
O Produto Interno Bruto (PIB) é um dos principais indicadores utilizados na economia e representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos em uma localidade. Nesse estudo, optou-se em utilizar o PIB per capita, que são as medidas absolutas de riqueza ajustadas para o tamanho da população.
Em 2013, segundo a Pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios do IBGE, o PIB nacional foi de R$ 5,3 trilhões e o PIB per capita equivalente a R$ 26,5 mil.
No período entre 2010 e 2013, o PIB per capita nacional obteve um crescimento médio anual de 2,3%. A região Sul foi a que teve maior crescimento médio anual (2,7%), seguida das regiões Norte e Nordeste, com 2% e 1,9%, respectivamente. As regiões Sudeste e Centro-Oeste cresceram em patamares próximos a 1%.
Gráfico 1- PIB per capita real. Unidades federativas brasileiras, 2010-2013Fonte: IBGE. Produto Interno Bruto dos Municípios 2010-2013
Ao distribuir os estados brasileiros segundo padrões de evolução do PIB per capita no período 2010-2013, observam-se as seguintes características:
• Alto crescimento do PIB per capita (acima de 3,5% de crescimento médio anual): Mato Grosso, Maranhão, Amapá, Paraná, Pará, Mato Grosso do Sul e Pernambuco; • Médio crescimento do PIB per capita (entre 1 e 3,5% de crescimento médio anual): Piauí, Rio de Janeiro, Tocantins, Rio Grande do Norte, Paraíba, Goiás, Ceará, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Alagoas e Acre; • Baixo crescimento ou redução do PIB per capita (até 1% de evolução média anual): Roraima, Sergipe, Espírito Santo, Amazonas, São Paulo, Bahia, Rondônia e Distrito Federal.
Gráfico 2 – Variação média anual do PIB per capita. Unidades federativas brasileiras, 2010-2013 Fonte: IBGE. Produto Interno Bruto dos Municípios 2010-2013 2. A evolução do Índice de Gini
Para medir a concentração de renda, optou-se por utilizar o índice de Gini. Esse indicador mede o grau de desigualdade na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros indivíduos é nula).
Entre 2009 e 2014, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, o índice de Gini brasileiro passou de 0,560 para 0,511, correspondendo a uma redução média anual de 1% no período.
Entre os territórios que mais reduziram a desigualdade no período abordado, destacam-se as regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sul, com diminuição de 1,7%, 1,5% e 1,4%, respectivamente. Por outro lado, as regiões Norte e Sudeste reduziram em menor grau, 0,7% e 0,4%, respectivamente.
Gráfico 3 – Índice de Gini segundo unidades federativas. Brasil, 2009-2014 Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009-2014
Ao distribuir as unidades federativas brasileiras segundo padrões de evolução do índice de Gini no período 2009-2014, observa-se o seguinte comportamento:
• Alta redução da desigualdade (acima de 1,5% de redução média anual): Sergipe, Paraíba, Alagoas, Goiás, Acre, Rio Grande do Norte, Piauí, Amapá, Paraná, Mato Grosso, Pernambuco e Santa Catarina; • Média redução da desigualdade (entre 1 e 1,5% de redução média anual): Rondônia, Espírito Santo, Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, e Rio Grande do Sul; • Baixa redução ou aumento da desigualdade (até 1% de evolução média anual): Pará, Roraima, Rio de Janeiro, Maranhão, Tocantins, São Paulo e Amazonas.
Gráfico 4 – Variação média anual do índice de Gini. Unidades federativas brasileiras, 2009-2014 Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009-2014
3. Tipologias analíticas das unidades federativas segundo PIB e desigualdade de renda
Embora o PIB per capita seja um indicador muito utilizado e bastante difundido na literatura sobre desenvolvimento econômico, seus resultados podem vir a ocultar disparidades na distribuição da renda. Por exemplo, uma unidade federativa pode ter aumentado sua renda per capita ao longo tempo sem ter diminuído sua concentração de renda.
Dessa maneira, buscou-se agrupar as unidades federativas segundo padrões de crescimento do PIB per capita e da desigualdade de renda – conforme apontado nas seções anteriores. Posteriormente, elaborou-se uma tipologia baseada em combinações de alto, médio e baixo grau de evolução do PIB per capita e do índice de Gini. Tais combinações possibilitaram a distribuição dos estados brasileiros mais distrito federal em nove categorias analíticas que caracterizam a evolução da renda e da desigualdade atualmente.
Segue a distribuição das unidades federativas segundo as nove categorias da tipologia:
• Alto crescimento do PIB per capita e alta redução da desigualdade: Mato Grosso, Amapá, Paraná e Pernambuco; • Alto crescimento do PIB per capita e média redução da desigualdade: Mato Grosso do Sul; • Alto crescimento do PIB per capita e baixa redução ou aumento da desigualdade: Maranhão e Pará; • Médio crescimento do PIB per capita e alta redução da desigualdade: Paraíba, Alagoas, Goiás, Acre, Rio Grande do Norte, Piauí e Santa Catarina; • Médio crescimento do PIB per capita e média redução da desigualdade: Minas Gerais, Ceará e Rio Grande do Sul; • Médio crescimento do PIB per capita e baixa redução ou aumento da desigualdade: Rio de Janeiro e Tocantins; • Baixo crescimento do PIB per capita e alta redução da desigualdade: Sergipe; • Baixo crescimento do PIB per capita e média redução da desigualdade: Rondônia, Espírito Santo e Distrito Federal; • Baixo crescimento do PIB per capita e baixa redução ou aumento da desigualdade: Bahia, Roraima, São Paulo e Amazonas.
Tipologias analíticas das unidades federativas segundo o PIB e a desigualdade de rendaFonte: Fundação Perseu Abramo, a partir de IBGE – PIB dos municípios 2010-2013 e IBGE/Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009-2014
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