Contra o golpe: valores democráticos no centro dos debates
São Paulo: mais uma atividade de repúdio ao golpe promovido pela direita e oposição contra o governo Dilma Rousseff
Uma tarde de sábado chuvosa em São Paulo no dia 21 de maio e mesmo assim a Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, esteve lotada de militantes e ativistas de variadas áreas. O motivo da reunião, organizada e promovida pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP): mais uma atividade de repúdio ao golpe promovido pela direita e oposição contra o governo Dilma Rousseff.
No palco, ativistas do movimento de mulheres, negros, LGBTs, de direitos humanos, professores, estudiosos, economistas, jornalistas e militantes de muitos temas. De Eduardo Suplicy a Marilena Chaui, passando pelas feministas da Marcha Mundial das Mulheres, a cartunista Laerte, o diretor de teatro Zé Celso Martinez e jornalistas como Luis Nassif, José Trajano e Audálio Dantas. Este último, juntamente com o escritor Fernando Morais, anunciaram ao vivo para o Brasil suas desfiliações do PMDB. Morais, como tem sido sua atuação nas redes nos últimos tempos, foi enfático: “acabou!”, disse rasgando sua ficha, datade de 1974, de inscrição no partido do golpe.
Para a professora Marilena Chaui, o golpe mostra que o “esgoto da política brasileira subiu à tona”. Para ela, os desmandos do governo interino não poderão anular o que somos enquanto sociedade. “Estamos aqui para garantir o que todos nós e, em particular os que nos antecederam, construímos, uma nova ideia de democracia, que é uma forma social de criação de direitos. Ficaremos na rua até o Temer cair”, anunciou.
Organizador da atividade, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) disse que o ato era também inspirado nos jovens mobilizados em São Paulo, e que a tarefa de todos é “explicar e mobilizar contra os desmandos de Cunha e o golpe empresarial e instituicional”.
“Eles querem ir para cima dos direitos dos brasileiros. E os Estados Unidos participam deste golpe. Não iremos negociar com quem entra pela porta dos fundos e eles não podem ficar porque não são a escolha do povo brasileiro”, disse.
Muitos outros integrantes de movimentos e partidos políticos, como PCdoB e Psol também estiveram no Grito pela Democracia. Assista a íntegra dos debates realizados na Casa de Portugal.