Aliança Progressista reuniu lideranças de 17 países para debates em São Paulo
Com a presença de Lula, seminário trouxe a SP representantes de 20 partidos políticos e de organizações da sociedade civil
Por: Rose Silva
Foto de Sergio Silva
Foi realizado em São Paulo, em 24 e 25 de abril, o seminário da Aliança Progressista Democracia e Justiça Social, que reuniu representantes de 20 partidos políticos e organizações da sociedade civil de 17 países que atuam no campo progressista de todo o mundo para discutir políticas e o trabalho em rede com outros atores, além de promover intercâmbio de experiências. O encontro teve o Partido dos Trabalhadores (PT) como anfitrião. O presidente Lula fez um pronunciamento no segundo dia, que foi transmitido ao vivo pela tevêFPA.
A Aliança é uma rede aberta a partidos democráticos, social-democratas, socialistas e trabalhistas e atua de forma paralela e complementar a outras associações internacionais. Na mesa de abertura, estiveram a secretária de Relações Internacionais do PT, Mônica Valente, e o coordenador da rede, Konstantin Woinoff , que saudou os participantes com a observação de que se trata de um momento oportuno e empolgante para o país. “Quando marcamos este seminário no Brasil, não imaginávamos que o tema Democracia e Justiça Social fosse tão presente e fundamental como hoje”, afirmou.
Durante o encontro foram aprovados dois documentos. Um diz respeito a uma campanha que será feita pela Aliança Progressista em nível mundial, sobre democracia, justiça social e paz. O outro, mais específico, diz respeito à situação brasileira. “Não só hoje, mas desde dezembro, o PT tem recebido dezenas de manifestações de solidariedades de partidos políticos, seja em relação ao processo de impeachment, seja à situação do presidente Lula. Nossa expectativa é que principalmente estes partidos que vieram aqui pessoalmente possam levar aos seus países informações sobre o que está acontecendo no Brasil, garantindo uma informação mais transparente à opinião pública internacional”, explicou Mônica Valente, durante a coletiva de imprensa realizada no evento.
Na abertura, o vice-presidente do PT e deputado federal, Paulo Teixeira, relatou os principais fatos da conjuntura política atual no Brasil. “A presidenta Dilma conquistou a reeleição com mais de 54 milhões de votos, mas a oposição, inconformada, tomou várias iniciativas contrárias a este resultado. Primeiro pediu a recontagem dos votos, depois moveu ação de impugnação de seu mandato eletivo e depois pediu o impeachment sem nenhuma base legal e constitucional”, afirmou. “Por esta razão, entendemos que há um golpe em curso em nosso país”.
Uma das principais razões para o golpe, segundo Teixeira, é que nos 12 anos de governo do PT ocorreram várias mudanças progressistas na sociedade. “Houve ascensão de 40 milhões de pessoas ao mercado de consumo de massa, inclusão de quatro milhões de jovens nas universidades e alterações no marco regulador do petróleo. Além disso, houve um redesenho da política internacional por meio dos Brics, e o Brasil ajudou na estabilização de vários países da América Latina que fizeram redistribuição de renda”. Para ele, “os golpistas querem impor políticas regressivas que não tiveram respaldo nas urnas e na sociedade”.
Foi ainda realizada uma oficina sobre o plano de ações de gênero Não só palavras, mas fatos, com a participação de Bahia Amra , da Iniciativa Nacional Palestina (PNI), Marja Bijl , vice-presidenta, do Partido do Trabalho da Holanda, Denise Motta Dau, secretária municipal de Políticas para Mulheres da capital paulista, e Mathias Tegnér, membro do Parlamento e do Partido Social Democrata sueco. A mesa foi mediada por Laura Slimani, presidenta das Juventudes Socialistas Europeias (YES).
Também foi organizada uma oficina sobre o fortalecimento de partidos progressistas: Organização partidária e democracia interna, que reuniu Gusmanta Kumar Giri , secretário-geral da Associação para o Socialismo Democrático, da Índia; Marije Laffeber , vice-secretária-geral do Partido dos Socialistas Europeus; Viviana Piñeiro, secretária Internacional do Partido Socialista do Uruguai; e Florisvaldo Souza , secretário de Organização do Partido dos Trabalhadores, do Brasil. O moderador foi Doriano Dragoni, secretário-geral do Foro Progressista Mundial.