Diversos analistas têm frisado que o impeachment de Dilma representa uma possibilidade de retrocesso na esfera social
Ano 4 – nº 299 – 15 de abril de 2016
Impeachment e retrocesso social
Com a aproximação da votação do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff no domingo próximo, diversos analistas têm frisado que, além do risco para a democracia, o impeachment representa uma possibilidade de retrocesso na esfera social.
Aponta-se que a agenda a ser implementada pelo PMDB, cristalizada no documento “Uma ponte para o futuro” lançado no ano passado, é de redução de direitos, corte de gastos e programas sociais e flexibilização de direitos trabalhistas.
O documento coloca como prioridade inquestionável a questão fiscal e a necessidade de um “ajuste de caráter permanente”, para conter os “excessos” na criação de novos programas etc. O que o documento chama de “excessos” pode ser chamado de programas sociais internacionalmente reconhecidos, responsáveis por enormes melhorias dos índices sociais.
O documento propõe acabar com as vinculações constitucionais (em especial em relação à saúde e educação) e dar poder a que o parlamento eleja prioridades, em claro ataque à Constituição. Além disso, é pauta constante de reivindicação da população que a educação e a saúde tenham mais recursos, e tal proposta levaria a uma redução dos já insuficientes montantes.
Ainda, o documento ignora a importância do sistema de previdência social brasileiro e da política de valorização do salário mínimo na redução da desigualdade, analisando tais questões apenas do ponto de vista dos custos e não do importante impacto social e do papel no combate à desigualdade que ambos exercem.
Assim, a sociedade brasileira precisa estar ciente de que estão em jogo não só a democracia, mas também as melhorias sociais e até mesmo garantias constitucionais. Há, por trás do pedido de impeachment, a tentativa clara de implementação de um projeto de retrocesso nas conquistas dos governos liderados pelo PT desde 2003 e nos direitos da Constituição de 1988 e conquistas da era Vargas.
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* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade de sua autora, não representando necessariamente a visão da FPA ou de seus dirigentes.
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