Corte de investimentos culminou na contração da economia, queda de receitas e comprometeu a retomada

Ano 4 – nº 362 – 30 de março de 2016

Montante que o governo poupa para pagar juros da dívida pública foi negativo em R$ 25,070 bilhões

Os últimos dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) apresentaram que o resultado primário do governo central (montante que o governo poupa para pagar juros da dívida pública) em fevereiro foi negativo em R$ 25,070 bilhões. No mesmo mês de 2015, o resultado foi negativo em R$ 7,431 bilhões, enquanto em janeiro de 2016 o número era positivo em R$ 14,796 bilhões. No acumulado, o montante negativo atingiu R$ 10,274 bilhões. Desde o início da série histórica, essa foi a segunda vez que se registrou resultado negativo. A primeira foi em 1997, com o valor de R$ 329 milhões.

Resultado Primário do Governo Central

Nota: Valores em bilhões e acumulados.

O corte das despesas para além de custeio (despesas necessárias à prestação de serviços e à manutenção da ação da administração), ou seja, investimentos, resultou e um ajuste fiscal recessivo. O corte de investimentos culminou na contração da economia, queda de receitas e comprometeu a retomada por meio, por exemplo, da expansão da infraestrutura do país. Em números, os investimentos do governo federal caíram de R$ 11,196 bilhões, no primeiro bimestre de 2015, para R$ 9,583 bilhões no mesmo período de 2016. Este montante inclui a queda de investimentos no PAC e o ‘Minha Casa, Minha Vida’. No PAC, o resultado foi 6,8% menor que em 2015, ou seja, queda de R$ 7,468 bilhões para R$ 6,961 bilhões. No caso do Minha Casa, Minha Vida, o investimento teve uma queda de 54,6% frente a 2015. Diante da acentuada queda das receitas, fruto da retração da economia, o resultado primário se deteriorou significativamente. Por isso, o governo federal enviou ao congresso nacional um projeto de lei reduzindo a meta de superávit do governo central de R$ 24 bilhões para R$ 2,8 bilhões.

 
* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade da sua autora, não representando a visão da FPA ou de seus dirigentes.
 

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