Apesar do aumento recente da formalização, em 2014 menos de um terço das trabalhadoras domésticas tinham carteira assinada

Notas FPA - Política Social 287

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Ano 4 – nº 287 – 16 de março de 2016

Ipea: Tendências para o trabalho doméstico remunerado

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançado na semana passada discute a inserção das mulheres no mundo do trabalho.

Um dos quesitos discutidos pelo estudo é o trabalho doméstico remunerado, considerado uma herança da escravidão no Brasil, empregando em sua grande maioria mulheres negras. Segundo o estudo, um dos elementos mais evidentes da desvalorização do emprego doméstico é o imenso contingente de trabalhadoras sem carteira de trabalho assinada, apesar do aumento da formalização nos anos recentes: em 2014, menos de um terço das trabalhadoras domésticas tinham carteira assinada.

Além do aumento da formalização da categoria – apesar de ainda insuficiente para garantir-lhes direitos -, o estudo mostra que em 2008 houve uma mudança na idade das trabalhadoras domésticas: se até então as jovens formavam grande parte do contingente, a partir de 2008 as trabalhadoras com mais de 45 anos de idade prevalecem, segundo o gráfico abaixo. No entanto, esse fenômeno não ocorre da mesma maneira para trabalhadoras negras e brancas, tendo ocorrido primeiro entre as brancas.

Proporção de trabalhadoras domésticas por grupos de idade, Brasil, 2004 a 2014

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Explica-se tal modificação pelo fato de surgirem novas oportunidades de trabalho para as mulheres empregadas no trabalho doméstico durante os anos 2000, o que que fez as jovens, em especial, deixarem de trabalhar nesse ramo. No entanto, pode-se questionar também a qualidade dos empregos às quais estas tiveram acesso ao deixar o trabalho doméstico remunerado, pois apesar de ter havido um leve aumento na escolaridade média da categoria, ela ainda é baixa, e não alcança sequer o ensino fundamental.

Para ler mais:

Mulheres e trabalho: breve análise do período 2004-2014
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* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade da sua autora, não representando a visão da FPA ou de seus dirigentes.
 
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