Inflação de serviços ficou abaixo da média do IPCA, subindo apenas 0,67% no mês de janeiro, acumulando alta de 7,88% em doze meses
Ano 4 – nº 352 – 05 de fevereiro de 2016
ECONOMIA NACIONAL
Alimentos e transportes puxam alta do IPCA em janeiro: A inflação medida pelo IPCA no mês de janeiro surpreendeu os analistas e fechou acima do esperado, marcando alta de 1,27% nos preços (a expectativa média era de alta de 1,1%). Mais de 70% deste resultado foi influenciada pelo aumento de preços de dois grupos: alimentação e bebidas, que apresentou inflação de 2,28%, contribuindo com 0,57 pontos no índice final (ou 45% do índice total); e transportes, que apresentou elevação de 1,77% e contribuiu com 0,33 pontos percentuais no índice final. Já a inflação de serviços, principal vilã dos últimos anos, se manteve abaixo da média do IPCA, subindo apenas 0,67% no mês de janeiro, acumulando alta de 7,88% em doze meses. O IPCA, por sua vez, acumula alta de 10,71% em janeiro, muito próximo ao valor de 10,67% de dezembro. A queda do acumulado de doze meses do índice, no entanto, deve se iniciar já no mês de fevereiro.
Comentário: O impacto do aumento dos custos produtivos, aliado a problemas climáticos, afetou negativamente o preço dos alimentos, principal fonte de alta da inflação em janeiro. Vários fatores podem ser apontados para explicar o aumento do preço dos alimentos e das bebidas: desvalorização cambial, que aumenta o preço de insumos importados (como adubos e fertilizantes), além de incentivar a exportação de parte maior da produção, reduzindo assim o volume de alimentos destinado ao mercado interno; aumento do preço dos combustíveis, que impacta o custo de frete, repassado para o preço final do alimento; fatores climáticos, como secas ou excesso de chuvas em algumas partes do país, que reduzem a produção e a oferta de alimentos. No grupo transporte, o aumento do preço do transporte público (com ônibus urbanos subindo 5,61% e metrô e trens apresentando altas superiores a 4%) e dos combustíveis (2,11% de aumento) explica a pressão altista do início do ano, que deve se reduzir nos próximos meses, caso não ocorram novos aumentos nas tarifas públicas de transporte. Com a recente valorização cambial, combinada com a queda do preço da energia elétrica e o fim dos aumentos de tarifas públicas, é de se esperar que nos próximos meses o IPCA surpreenda para baixo, com quedas mais expressivas que levem o acumulado de doze meses de volta para a casa de 9%, caindo para cerca de 7% até o final do ano. O patamar final do IPCA em 2016 dependerá de um conjunto de fatores, dentre eles a estabilização da taxa de câmbio, o grau atual de indexação dos preços e o impacto da recessão no setor de serviços, que deve passar por uma desaceleração forte neste ano. A utilização de juros mais altos para conter a inflação, neste caso, é absolutamente danosa, pois além de incapaz de conter os fatores acima descritos, provoca uma retração ainda maior dos investimentos, reduzindo a capacidade de oferta da economia e pressionando assim a inflação futura.
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