América: Think tanks e políticas públicas
O livro recém-lançado pela Fundação Perseu Abramo Direita, volver!: o retorno da direita e o ciclo político brasileiro discute as novas formas de organização da direita no Brasil. No livro, Reginaldo Moraes e Camila Rocha abordam a questão dos think tanks e de suas influências na política pública da América.
Camila Rocha aponta que, ainda que a expressão think tank seja pouco conhecida pela população brasileira, nosso país abriga atualmente 82 organizações classificadas como tal, sendo o mais importante da América Latina e o 18º mais importante do mundo a Fundação Getulio Vargas. Para a autora, os think tanks podem ser definidos como instituições permanentes de pesquisa e análise de políticas públicas que atuam a partir da sociedade civil, a fim de influenciar instâncias governamentais e a opinião pública no que tange à adoção de políticas públicas.
Reginaldo Moraes aponta as diferenças entre os velhos e novos think tanks. Segundo o autor, a “velha guarda” buscava fazer pesquisa aplicada para “resolver problemas” de políticas públicas. Já os think tanks da nova direita, segundo o autor, não são assim: eles se focariam mais em novas formas de difundir ideias “verdadeiras e já testadas” e menos em nova pesquisa. O autor aponta que isso é verificável pelos gastos dessas organizações hoje: a maior parte dos recursos e quadros dos think tanks hoje é voltada para as ações de marketing, comunicação, assédio a parlamentares e executivos, organização de grupos de base etc.
É importante entender a atuação de tais grupos nas Américas e em especial no Brasil, pois tais organizações possuem grande influência na implementação de políticas públicas, tendo hoje como seu foco principal a “batalha de ideias”.
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