Em 2015, valor total do índice utilizado pelo governo para medir a inflação superou o teto da meta estabelecido pelo BC

FPA Informa - Conjuntura 342

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Ano 4 – nº 342 – 08 de janeiro de 2016
 

ECONOMIA NACIONAL

IPCA em 2015 foi de 10,67% puxado pelos preços administrados: O valor total do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano de 2015 foi de 10,67%, superando o teto da meta de 6,5% estabelecido pelo Banco Central. O IPCA, índice oficialmente utilizado pelo governo para medir a inflação no país, subiu puxado pelo aumento dos preços administrados, que apresentaram elevação de 18,08%, em decorrência de aumentos no preço da energia elétrica (51%), jogos de azar (47,5%), ônibus urbano (15,09%) e combustíveis, com a gasolina subindo 20,1% e o etanol apresentando alta de 29,63%. Por outro lado, a inflação de serviços apresentou queda em relação ao índice verificado em 2014, registrando alta de 8,09% contra elevação de 8,28% em 2014. Outro grupo que seguiu pressionando a inflação foi o de alimentação e bebidas, que teve alta de 12,03% em 2015 contra elevação de 8,03% em 2014, impactado tanto pelo aumento de preços de produtos como cebola (60,61%), alho (53,66%), tomate (47,45%) e batata (34,18%), como pelo aumento no custo das refeições fora de casa (9,71%). A expectativa é que o IPCA de 2016 seja inferior ao verificado em 2015, tanto em decorrência da desaceleração dos preços administrados, quanto em razão de uma alta mais moderada no grupo de serviços.

Comentário: O aumento da inflação em 2015 se deveu, em grande medida, a elevação de uma só vez de um conjunto de preços administrados, que influencia um conjunto grande de preços da economia. No caso da energia elétrica, um dos principais insumos produtivos, por exemplo, a alta foi superior a 50%. Caso somadas as altas nos combustíveis, o impacto direto do aumento destes preços representou 30% do IPCA total. Ou seja, apenas o aumento no preço de energia e combustíveis respondeu por 3 pontos percentuais de inflação no ano. Obviamente, tal elevação impacta o conjunto da economia, pois energia e transporte são parte fundamental de todo o processo produtivo, fazendo com que os produtores repassem estes aumentos para o preço final de seus produtos. A alta expressiva no grupo alimentação e bebidas também possui grande impacto nos preços finais e, em grande medida, decorre da desvalorização cambial que encarece produtos e insumos importados, além de nossa estrutura de produção agrícola ainda altamente concentrada no agronegócio voltado para a exportação. Em 2016, com menor desvalorização cambial e aumentos mais contidos dos preços administrados, é de se esperar uma queda gradual da inflação, até que ela feche o ano mais próxima do teto da meta, de 6,5%. No entanto, a desaceleração da inflação dependerá de fatores como a indexação dos preços (o repasse da inflação do ano passado para este ano) e da eventualidade de novas desvalorizações cambiais, que podem afetar negativamente os esforços de combate à carestia. Por sua vez, a queda no nível de atividade, no emprego e na demanda tendem a puxar para baixo a inflação de serviços, uma das grandes vilãs da inflação nos últimos anos.

 
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